A projeção de analistas do mercado financeiro para a inflação oficial neste ano subiu pela oitava semana seguida. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,34% para 6,37%, segundo o boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central (BC) com base nas expectativas do mercado financeiro para os principais indicadores da economia.
A projeção para o IPCA neste ano está se desviando da meta, que tem como centro 4,5% e limite superior de 6,5%. Para 2012, que tem a mesma meta, a estimativa segue em 5% há quatro semanas.
Cabe ao BC perseguir a meta de inflação e o principal instrumento usado para tentar mudar os rumos da alta dos preços é a elevação da taxa básica de juros, a Selic.
Na avaliação dos analistas, a Selic deve chegar ao final de 2011 em 12,50% ao ano, e não mais em 12,25% ao ano como previsto no boletim da semana passada. Para o final de 2012, a previsão é que a taxa fique em 12% ao ano, contra os 11,75% ao ano previstos anteriormente. Atualmente, a Selic está em 12% ao ano.
No mês passado, na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a taxa, a sinalização foi que haverá mais elevação da taxa Selic. “O Copom entende, de forma unânime que, diante das incertezas quanto ao grau de persistência das pressões inflacionárias recentes, e da complexidade que envolve hoje o ambiente internacional, o ajuste total da taxa básica de juros deve ser, a partir desta reunião, suficientemente prolongado”, diz a ata do Copom.
A pesquisa divulgada hoje pelo BC também traz projeções para outros índices de inflação. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), neste ano, passou de 5,57% para 5,71%. Para 2012, a estimativa subiu de 4,76% para 4,78%.
A previsão para o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), neste ano, permaneceu em 7,01%. Para 2012, também foi mantida a projeção, em 5%.
No caso do Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), a estimativa foi alterada de 7,06% para 6,90%, neste ano. Para 2012, a projeção segue em 5%.
A estimativa dos analistas para os preços administrados permanece em 4,80%, em 2011, e em 4,50%, no próximo ano. Os preços administrados são aqueles cobrados por serviços monitorados, como combustíveis, energia elétrica, telefonia, medicamentos, água, educação, saneamento, transporte urbano coletivo, entre outros. (Agência Brasil)