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Rede integrada faz UPA do 2º Distrito virar modelo de atendimento em 4 meses

Basta olhar o seu salão de entrada para se dar conta que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do 2º Distrito atravessa uma nova fase de melhoria no seu padrão assistencial. Se antes o clima era de impaciência, com tanta gente esperando para ser atendida que nem sequer cabia nos bancos da entrada, a cena que se vê hoje é mais da metade das cadeiras vazias. As pes-soas que as ocupam hoje têm o semblante calmo, sensação transmitida pelos profissionais da unidade. Todo este avanço foi alcançado em apenas 4 meses, graças ao novo esquema integrado da rede de Saúde na Capital, processo implantado pelo governador Tião Viana e sua equipe.
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O novo formato da UPA do 2º Distrito, aliás, a credencia como uma referência de atendimento almejado para as unidades de saúde de todo o Estado. Desde a estrutura sofisticada até o quadro de profis-sionais capacitados, os fatores que podem ser citados como pontos fortes de lá são: os atendimentos integrais, equipe atuando em sincronia, servidores satisfeitos e sem sobrecarga de serviços. Outros destaques ficam por conta do pouco tempo de espera, a precisão dos encaminhamentos e, sobretudo, a satisfação do paciente ao ter suas necessidades atendidas. 

Para traduzir melhor este novo patamar vivido pela UPA do 2º Distrito, a diretora-geral, Lidiane Cruz, e a gerente de Enfermagem, Nilce Perdome, começam detalhando a política de melhorias em toda rede de Saúde, executada nestes primeiros 120 dias da nova gestão governamental. Segundo a diretora Lidiane Cruz, o 1º passo deste processo foi descentralizar da UPA os atendimentos na cidade. Assim, elas contam que o governo se aliou à prefeitura para viabilizar a instalação de 3 Unidades de Referência de Atenção Primária (Uraps).

A partir das Uraps, a demanda começou a ser dividida, com os casos menos graves passando para estas unidades. Inclusive, Nilce Perdome conta que, a princípio, houve até uma certa resistência de alguns pacientes que queriam ser atendidos na UPA. Foram oferecidos até ônibus para conduzir estes casos de atenção primária. Contudo, em pouco tempo as Uraps (alocadas em 3 bairros estratégicos da cidade) mostraram sua efi-ciência e passaram a centrar as demandas nas regionais. Junto a isso, o governo inaugurou o Serviço de Atendimento Espe-cializado (SAE) do Hospital das Clínicas e reabriu a ala de Emergência do Pronto-Socorro.

Tais medidas foram suficientes, correlaciona Lidiane Cruz, para fazer a rede assistencial da cidade passar a funcionar de forma organizada em todas as instâncias e se aproximar das realidades de cada bairro. E o maior reflexo disso foi sentido justamente na UPA do 2º Distrito. Segundo a diretora-geral, a partir deste ‘macro-funcionamento’ da rede, a UPA passou a ter a sua demanda reduzida em mais da metade, mas o seu quadro funcional continuou o mesmo. Em outras palavras, os profissionais da UPA passaram a ter mais tempo para prestar uma assistência mais completa e humanizada, ouvindo todos os problemas de seus pacientes.

“Quando a UPA foi inaugurada, em 2009, nos tornamos logo o centralizador de público em Rio Branco. Durante 2010, tivemos quase 300 mil atendimentos, com uma média de 800 por dia, chegando até a mais de 1.000 nos dias de pico. Só que a nossa capacidade foi montada para receber cerca de 500 casos/dia. Ou seja, atuávamos acima do limite, e isso deixava a equipe cansada e os pacientes inquietos pelo maior tempo de espera. Já agora, as coisas são diferentes. Com esta rede integrada, mesmo em janeiro (pleno ápice da epidemia de dengue) baixamos para 706 casos/dia. Em abril, a média caiu pra 500 atendimentos e nesta 1ª semana de maio ficou em 443 casos. Isto é, estamos na nossa capacidade ideal”, resume a diretora.

Para se ter uma idéia melhor do quanto as Uraps descongestionaram os atendimentos de Rio Branco da UPA do 2º Distrito, as suas médias chegam até a 10 mil casos mensais. Vale destacar que outra logística sólida desta rede de saúde integrada é o direcionamento dado a cada tipo de unidade. As Uraps são responsáveis pelas assistências primárias, de casos menos graves e mais centrados nos bairros. O Hospital das Clínicas socorre os casos mais especializados com menor urgência (cirur-gias) e o PS os casos emergenciais. Já as UPAs do 2º Distrito e do Tucumã atendem urgências e prestam atenção primárias, mas num nível intermediário entre o PS e as Uraps, já fazendo os encaminhamentos para cada unidade.

Na UPA do 2º Distrito, Li-diane Cruz alega que há sempre 7 médicos de serviço, dos quais 3 são clínicos gerais, 2 são pediatras, 1 é ambulatorial e 1 é da ala de trauma. 

Mais qualidade para acompanhar as quedas na demanda
Paralelo ao desafogamento nos atendimentos, Lidiane Cruz conta algumas das medidas que foram tomadas para que a UPA do 2º Distrito pudesse qualificar ainda mais os seus serviços. A primeira delas, aponta, foi manter a mesma equipe de profissionais atuando no local mesmo com a demanda inferior. “Eles estão aqui desde o início. Por isso, já sabem trabalhar bem juntos, conhecem nossa estrutura, se dedicam ao máximo e vestem como ninguém a camisa da unidade quando o assunto é melhorar nossos atendimentos”, emenda.

A segunda foi implantar ações que potencializassem o serviço e conferissem a credibilidade maior da UPA junto aos seus pacientes tratados. Segundo a diretora Lidiane Cruz, com mais tempo para trabalhar os profissionais da unidade foram incentivados a dar um nível de atenção diferenciado, atendendo melhor cada caso e fazendo encaminhamentos mais exatos para as demais unidades de saúde especializadas da cidade e, assim, facilitando a vida do paciente.

A terceira foi a oportunidade de se pensar em novas ini-ciativas para corrigir os pontos mais falhos da unidade e se criar formas inovadoras de atuação. Para a diretora geral, desde janeiro está sendo possível identificar e agir com mais calma e eficiência em cima dos problemas da UPA. E a relação próxima do governo para ampliar alguns quadros reduzidos e munir com o suporte necessário as estruturas mais carentes tem ajudado bastante nesta qualificação.  

A quarta medida é indicada pela chefe de enfermagem Nilce Perdome. De acordo com ela, houve um esforço muito grande da parte do governo em melhorar a valorização dada aos profissionais de todas as unidades de saúde. “O profissional é o alvo das melhorias. E ele começa a sentir isso, com menos stress e pressão para trabalhar. Esta tranqüilidade reflete diretamente no atendimento oferecido à população, com bons tratos e respeito”, diz ela. 

Profissionais e pacientes destacam as melhorias na UPA
Os primeiros a sentir as melhorias na UPA do 2º Distrito são os profissionais que a fazem passar por este novo momento de qualidade. Um deles é a técnica de enfermagem Karine Lima. Trabalhando na unidade desde a sua inauguração, Karine garante que esta é uma das melhores fases vividas pelas equipes no tocante ao desenvolvimento dos serviços da UPA. A seu ver, não estar sobrecarregada de pacientes implica em poder ouvi-los melhor e atendê-los de forma mais rápida e prática, o que dá uma satisfação maior de dever cumprido. “No início, tudo aqui era muito novo e tinha esta demanda enorme de público. Agora não. Já sabemos melhor como lidar em determinadas situações e com um público bem menor”.

Já a outra técnica em enfermagem Ivonete destaca os novos desafios que é atender menos, mas com mais qualidade. “Quando havia muita gente, não dava pra atender todos do jeito que eles mereciam ser atendidos. Hoje é diferente. Podemos analisar e tratar melhor cada caso desde o 1º atendimento, que é a classificação do risco, até a hora de dar a alta ao paciente”.

E por mencionar os pa-cientes, eles são outros que atestam a melhoria na UPA. Segundo Velsicley Rodrigues de Araujo, seu estado de saúde foi classificado como de emergência assim que chegou na unidade e ele foi logo atendido. “Esta é a 2ª vez que venho aqui e, em comparação com o passado, já dá para perceber algumas mudanças. Desta vez, todos foram muito prestativos comigo e me encaminharam rápido para os lugares certos. Não que da vez anterior tenha sido ruim, mas dá pra sentir que agora estão mais preocupados”.

Outra paciente emergencial, Andressa dos Santos, também comentou a agilidade do seu atendimento na unidade e elogiou a atenção que estava recebendo de todos que estavam tratando do seu caso na unidade. “Estou sendo muito bem atendida. Minha nota ao serviço é 10”.

Já Maria Rissalva da Silva, que estava acompanhando a sua tia que sofre de labirintite, diz que esta é a 1ª vez que entrava na UPA e que o atendimento que foi prestado a sua tia Francisca Maria da Silva lhe deixou com ótima impressão do lugar. “Não esperamos nem 5 minutos para ela ser atendida e o tratamento que estão nos dando tem sido muito bom. Espero que se mantenha assim porque a população merece um serviço de saúde de qualidade”.

 

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