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Alunos da Ufac protestam após sequestro de acadêmica no campus

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Centenas de estudantes realizaram uma manifestação no campus da Universidade Federal do Acre na manhã de ontem para protestar contra a falta de segurança e cobrar providên-cias da reitora Olinda Batista depois que uma jovem, aluna do curso de Enfermagem, foi assaltada no início da noite de quinta-feira próximo ao bloco de Biologia no complexo apelidado de “vai quem quer”, por ser um dos mais afastados do prédio central. A reitora disse que foi comunicada do assalto por volta das 21h30 e revelou estar “chocada”.

A mãe da estudante, que não quis revelar o nome, em contato com a redação do jornal A GAZETA nega que a filha tenha sido estuprada e espancada, mas por causa das controvérsias sobre o fato dentro da instituição e pela repercussão na imprensa nacional um inquérito policial será aberto para apurar o caso.

A reitora Olinda Batista sugeriu que fosse formada uma comissão com representantes de todos os cursos para discutir a questão da segurança na universidade e lembrou que câmeras foram instaladas no campus, mas reconhece que não são suficientes para monitorar toda a área. Uma empresa de vigilância terceirizada está sendo contratada e para a reitora a segurança das universidades públicas brasileiras é um tema delicado que está sendo discutido agora entre todas as instituições. Ela se comprometeu a solicitar da Polícia Militar viaturas para rondas noturnas e pedir da prefeitura do campus mais iluminação. “Nós estamos nos articulando para ter nossos próprios seguranças, que poderão circular dentro das universidades, conhecer alunos, funcionários. Temos consciência do problema. A questão é que quanto mais as universidades crescem, maiores são os problemas”, define.

Relatos de professores, vigilantes, alunos circularam dentro da universidade depois do ocorrido na noite de quinta-feira confirmando o caso, segundo o depoimento de alguns alunos que não quiseram se identificar. A coordenadora do curso de Enfermagem, Cláudia Machado, conta que duas professoras conversaram com a estudante, que teria ficado abalada com a divulgação do caso, mas não confirmam se houve ou não violação física. “A família dela chegou em seguida. Só sei o que vi na imprensa. Não falei com ela”, relatou a coordenadora. 

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Família nega estupro e não formaliza a queixa
Uma moça que disse ser parente da jovem, em contato com o jornal A GAZETA, informou que a estudante está bem e contou que a abordagem se deu na parada de ônibus e que teria sido um “assalto seguido de rapto”. “Ele sentou do lado dela, levantou a blusa mostrando a arma e pediu que ela fosse com ele pra mata em frente que é do Parque Zoobotânico. Lá ele pegou o celular dela e foi embora. Ela não quis denunciar por medo, porque se sente ameaçada. Ele alertou que ela não fizesse isso, que conhecia ela”. A mãe da estudante diz que é um direito da filha em não falar nada.

A assessoria da Polícia Civil confirmou que a delegada especializada em crimes contra a mulher, Áurea Dene, resolveu instaurar Inquérito Policial Preliminar (IPP) mesmo sem o registro de queixa para investigar a situação em que ocorreu o crime e tentar prestar assistência psicológica à família. Dois agentes foram designados para o caso que será apurado em sigilo. O Ministério Público Federal informou na tarde de ontem que decidiu instaurar procedimento para investigar as condições de segurança da Ufac. 

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