Durante uma cerimônia no Salão Nobre do Hotel Costão do Santinho, em Florianópolis, o deputado Tchê (PDT) foi aclamado, ontem, presidente da Unale. A eleição do parlamentar acreano encerrou o XV Encontro da entidade que debateu o tema Reformas e Perspectivas do Brasil. Antes da votação simbólica da chapa única encabeçada por Tchê de representantes das 27 Assembléias Legislativas do país, houve uma plenária com debate dos deputados estaduais.
Os principais assuntos discutidos pelos parlamentares foram as reformas políticas e previdenciárias que estão em curso no Congresso Nacional. Mas alguns deputados do Ceará e de Pernambuco ressaltaram que é importante que os trabalhos da Unale sejam mais divulgados nos estados para que a população possa entender a importância da entidade legislativa. “Não viemos aqui passear como setores da imprensa de Pernambuco divulgou. Trabalhamos intensamente por três dias e é preciso que todos os colegas deputados ocupem as tribunas das Assembléias Legislativas dos seus estados para apresentarem o resultado desse encontro da Unale”, disse o deputado Tony Gel do DEM de Pernambuco.
Já o deputado Danniel de Oliveira (PMDB) do Ceará pediu o empenho da Unale para a criação de uma Comissão de Saúde que possa apoiar as iniciativas de combate às drogas nos estados. “O óxi e o crack têm feito vítimas em todo o Brasil. É preciso que possamos apoiar entidades que auxiliem dependentes químicos e que pressiones a Polícia Federal para uma maior vigilância nas fronteiras do país”, ressaltou. O ex-presidente da Unale, deputado Alencar da Silveira (PDT) de Minas Gerais prometeu ao colega cearense a adesão da entidade para fomentar o debate em todo o Brasil sobre o uso de drogas lícitas e ilícitas.
Tchê assume presidência da Unale
Depois do debate entre os parlamentares que durou cerca de duas horas, os associados da Unale foram convidados a votarem na chapa única que presidira a entidade por um ano. Tchê foi aclamado como novo presidente e convocou todos os colegas dos parlamentos estaduais do país para organizarem uma marcha à Brasília para pressionar o Congresso Nacional. “A partir de agora a bandeira do Acre será a bandeira da Unale. E uma das minhas primeiras iniciativas é convocar todos os deputados estaduais para irmos à Brasília lutar pela ampliação do nosso poder de legislar. No momento que debatem a Reforma Política é importante que possamos convencer os nossos deputados federais e senadores da importância que os parlamentos regionais podem ter para a democracia brasileira. Muitas leis que demoram anos para serem votadas no Congresso Nacional e que são de interesse dos estados poderiam ser aprovadas nas Assembléias”, discursou.
Tchê prometeu tornar a Unale uma entidade ainda mais produtiva para defender os interesses dos deputados estaduais. Para isso serão incrementadas novas comissões que possam debater os assuntos mais importantes em pauta no Brasil. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) que prestigiou a posse do colega destacou: “me disseram que o Senado era o céu. Mas ainda não consegui ver os seus anjos. A passagem pela Aleac foi a mais produtiva da minha carreira política. Talvez as pessoas do Acre não tenham a noção de termos um parlamentar nosso como presidente da Unale”, afirmou.
Com muitas bandeiras do Acre espalhadas pelo plenário e com cerca de 400 deputados estaduais presentes ficou acertado que o próximo encontro anual da entidade será em Natal (RN). O novo presidente Luiz Tchê se comprometeu a empenhar-se para fazer um evento ainda melhor. “Quando a gente tem vontade pode sempre aprimorar a organização para que os nossos encontros sejam sempre produtivos. É importante esse intercâmbio das Assembléias Legislativas brasileiras porque, às vezes, um problema do Acre é o mesmo de Santa Catarina ou do Ceará. Assim a solução também poderá ser a mesma para todo mundo”, finalizou Tchê.
Polanco prestigia posse de Tchê
O atual presidente do TCE acreano e ex-deputado estadual Ronald Polanco, fez uma visita ao novo presidente da Unale. “O importante da Unale é que oferece a possibilidade de descentralizar o poder que sempre ficou no Centro-Sul. Então um representante do Acre ser presidente de uma instituição de âmbito nacional mostra que a democracia no país começa de fato a criar raízes. No momento em que se discute a globalização econômica e os interesses dos setores privados temos na via política uma oportunidade de se ter vozes locais colocando as particularidades regionais no debate que nem sempre o país percebe. Assim as regiões que tem menos oportunidade podem se manifestar para melhorar a qualidade de vida das suas populações. Essa é uma grande oportunidade que o país oferece para a democracia brasileira e ao Acre”, disse Polanco.