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Manifestação de PMs e bombeiros deverá mobilizar deputados na Aleac

Numa sessão em que tanto a base governista quanto a oposição lembraram o Dia do Trabalho, a questão das negociações salariais com os PMs e Bombeiros acabou se tornando o destaque, ontem, na Aleac. O líder do governo, Moisés Diniz (PCdoB), pediu o bom senso das associações das corporações militares garantindo que as portas para o diálogo estão abertas. Enquanto isso, o deputado major Rocha (PSDB) apregoava a necessidade premente do Governo atender as reivindicações dos militares.

Segundo o parlamentar oposicionista, os militares estão desde janeiro tentando abrir um canal de negociação com o Governo para repor as perdas salariais. “Mas os interlocutores estão se esquivando e sempre marcando novas datas. Mais recentemente o líder do governo assinou um documento se comprometendo a reunir a equipe de governo com as associações de militares. Isso não aconteceu e acabou gerando um desgaste grande. Como o movimento de 4 de maio já estava marcado aproveitarão para decidir os rumos a serem tomados, se vai haver uma paralisação ou não, ou um aquartelamento. O movimento começa na Concha Acústica, às 9h e segue em passeata até o comando geral da PM onde acontece a assembléia”, avisou.

O major Rocha garante que as duas categorias têm diversas pautas, mas que a atenção maior é com a questão salarial. Indagado sobre a questão do fechamento de ruas que no movimento de 2009 causou transtorno à população, Rocha respondeu: “acredito que isso não acontecerá, mas quem vai decidir são os militares. O que se pensa é em não penalizar a sociedade. Os bombeiros e militares trabalham além do que a Constituição prevê e têm uma dedicação muito maior do qualquer outra categoria. Temos militares que trabalham 90 horas por semana, na verdade moram no quartel e passeiam em casa. Nós queremos a valorização desse esforço pelo Estado. Os quartéis estão sucateados e os militares querem ser tratados como os outros servidores”, argumentou.

Quanto ao temor de futuras retaliações disciplinares, o parlamentar tucano também não acredita. “O próprio comandante admitiu que em 4 de maio de 2009 o Governo não estava preparado. Agora está e vai ser diferente. Nós acreditamos que o Governo vai usar de bom senso e não vai repetir os mesmo erros. A categoria também amadureceu e está bastante unida. Vamos fazer uma manifestação pacífica e democrática”, garantiu.

Moisés Diniz apresenta agenda de negociações
Contrariando as palavras do major Rocha, o líder do governo, Moisés Diniz (PCdoB), apresentou um calendário de negociação entre o Governo e os militares. “Informei que na próxima segunda-feira (dia 9) haverá uma reunião da equipe econômica do Governo com todas as associações para fazer uma apresentação financeira do Estado do Acre e montar um calendário de negociação de todas as categorias.

 No dia 11, quarta-feira, o Comando da Polícia Militar receberá os clubes de patentes e associações de PMs para iniciar o diálogo. Considerando que as portas estão abertas para o entendimento faço um apelo para que façam uma manifestação aberta e democrática, mas não finalizem numa paralisação porque as negociações estão agendadas para a semana seguinte”, garantiu.

“A Quarta Ponte valorizou a Judia”, diz Moisés
Antes da sessão, o líder do governo esteve com quase uma centena de moradores da Judia que estão sob a ameaça da Justiça de serem despejados. “O Governo já se reuniu de manhã para discutir a ação. Pode estar havendo uma incongruência e um conflito jurídico. Já que os proprietários pedem a reintegração de posse de 15 famílias numa área de mais de 500 hectares onde vivem mais de duas mil famílias. Estou propondo aguardar para se fazer uma reunião que envolva Ministério Público, o Governo, a Aleac e as duas partes envolvidas.

Mesmo porque aquela área não tinha nenhuma valorização e o Governo do Estado fez a Quarta Ponte e agora duas mil famílias não dormem desesperadas com medo de perderem as suas propriedades. Vou entrar de corpo e alma nessa causa a favor de um consenso entre os moradores e os proprietários”, prometeu.

Funcionários da comunicação serão recontratados
Alguns deputados questionaram a demissão de 88 profissionais do Sistema Público de Comunicação. Na realidade um problema herdado pelo atual Governo que se arrasta há dois anos, desde que o Ministério Público extinguiu os Grupos de Trabalho (GTs).  “Nós estamos solidários para que ninguém seja prejudicado. Está sendo licitado uma empresa para haver um reaproveitamento de 75% dos demitidos, cerca de 66, num processo muito rápido. Também deverá haver um concurso público para abrir a possibilidade daqueles que ficarem de fora. O Governo está se esforçando para valorizar os profissionais de comunicação”, disse Moisés Diniz.

Categories: POLÍTICA
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