O gabinete do deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC) promoveu durante dois dias, na Escola Armando Nogueira, um seminário sobre gestão municipal e marketing político. O evento que terminou, ontem, reuniu mais de 400 pessoas dos vários partidos de oposição do Estado. O convidado principal foi o líder do PSDB na Câmara Federal, Duarte Nogueira (PSDB-SP). Mas os participantes assistiram também a várias palestras de especialistas do Instituto Teotônio Vilela.
Márcio Bittar resumiu os objetivos do Seminário: “Preparar as pessoas. Cada vez mais o povo acreano mostra que está inclinado a nos dar governos e temos que estar preparados para governar. Só sentiremos a responsabilidade plenamente quando assumirmos a prefeitura e o Governo. Experiências que só se tem quando se chega lá. Mas evidentemente quanto mais se estudar os problemas dos municípios acreanos mais chegaremos perto da realidade. Quando ganharmos a eleição haverá um encurtamento do tempo porque já se sabe os dados e a base teórica para se fazer o orçamento e como se pode se capacitar para conseguir convênios com os governos Estadual e Federal. Estudando se encurta o tempo de adaptação e melhora o foco para as realizações. O Seminário é a oposição se preparando para o ato de governar”, afirmou Bittar.
O deputado acreano ressaltou a qualidade dos convidados para fazer palestras aos participantes. “O Duarte Nogueira tem um viés municipalista porque o pai dele foi prefeito de Ribeirão Preto (SP) e ele mesmo já disputou duas vezes a prefeitura e tem vontade de ser prefeito. Tivemos palestras de marketing e comunicação e os deveres e direitos de prefeitos e vereadores. Os candidatos têm que saber quais os seus papéis. O Airton Rocha vai fazer uma fala sobre a história do Acre. É preciso que as pes-soas conheçam as suas funções e limites assim como a nossa história. Para ganhar a eleição é preciso conhecer um pouco de marketing por isso fizemos um apanhado geral para capacitar melhor os nossos pré-candidatos”, ressaltou.
Tião Bocalom: “a oposição está unida”
O pré-candidato à prefeitura de Rio Branco, Tião Bocalom (PSDB), elogiou a iniciativa do seu concorrente interno Márcio Bittar. “O trabalho está espetacular. Pela palestra do nosso líder, Duarte Nogueira, toda a militância e os pré-candidatos dos municípios ficaram muito estimulados em função do que realmente é o PSDB. Para que a gente possa governar o Brasil é preciso formar a base que são os nossos prefeitos e vereadores”, avaliou.
Bocalom também comentou a unidade das oposições. “O PSDB, DEM, PPS, PMDB, PMN, PSC e PSL estão representados no Seminário. O grupo que participou das eleições de 2010 está presente mostrando que existe uma união das oposições. É o primeiro passo para mostrar que vamos continuar fortes e unidos. Vamos discutir os melhores candidatos para cada município, principalmente, onde não tem o segundo turno porque senão seremos presas fáceis. Existe a consciência de toda a oposição para que nos municípios tenhamos apenas uma candidatura de oposição”, argumentou.
Quanto à disputa interna para a indicação do candidato às eleições de 2012 na Capital, Bocalom contemporizou. “Nós vamos chegar a um acordo muito antes do que as pessoas imaginam. Mesmo porque o Márcio Bittar foi bastante enfático de que é não empecilho para nada. Isso já mostra que estamos nos encaminhando para o entendimento. Acredito que a homologação do candidato aconteça bem antes das prévias do ano que vem. Nós temos um projeto que passa pela disputa das prefeituras, depois do Governo do Estado, além do Senado. Portanto, tem espaço para todo mundo. Se o candidato for eu o Márcio me apoiará e se for ele eu o apoiarei. Temos 2014 como a grande disputa. O povo quer fazer mudança e deve começar com a prefeitura de Rio Branco e podemos ganhar em 2014 o Governo do Estado”, salientou.
Projeto
Indagado sobre o projeto para governar Rio Branco da oposição, Bocalom, garantiu que ainda é o mesmo que foi defendido nas últimas eleições. “Temos projetos para governar Rio Branco, os outros municípios e o Estado. Não tenho dúvidas que nosso projeto não mudou nada. Queremos valorizar o ser humano com todos os serviços do Estado de qualidade nas áreas de saúde, segurança e desenvolvimento”, explicou.
Jamyl Asfury: “o favoritismo está na união”
Um dos mais entusiasmados com os resultados do Seminário era o deputado estadual Jamyl Asfury (DEM). “É uma grande conquista para todos nós. Quando decidimos sair candidatos temos que ter qualificação e estratégia. Um seminário esclarece muito. Acredito que o nosso grupo vai sair com o conhecimento mais amplificado em busca de uma so-ciedade justa”, apregoou.
Em relação à postura do seu partido nas eleições municipais, Jamyl explicou: “o DEM está conseguindo fazer o seu caminho. Para sermos um bom apoiador temos que ter quadros qualificados. Para isso estamos em busca de pessoas que querem viver uma carreira política. Estamos colocando-nos dentro do grupo de oposição e, no momento final, vamos fazer uma leitura do contexto político de cada município para decidirmos se teremos ou não candidatos”, contou.
Indagado sobre um possível desgaste da oposição na escolha do candidato à prefeitura de Rio Branco, Asfury afirmou não acreditar nessa tese. “Sinceramente não vejo nenhuma disputa entre o Bocalom e o Márcio Bittar. Nós dos bastidores temos acompanhado e já existe um consenso. Se um sair candidato o outro vai apoiá-lo. Temos duas grandes lideranças dentro do PSDB e haverá um apoio real entre eles. Se um sair candidato a prefeito o outro sairá ao Governo. Estamos unidos e num caminho próspero para a vitória. O favoritismo está na união”, ressaltou.
Estratégia
O deputado democrata faz questão de frisar que uma vitória eleitoral passa pela preparação dos quadros políticos. “Se não tivermos estratégia política não venceremos. Uma vez a Frente Popular ao perceber que teria que ter outro candidato lançou um para tirar votos da oposição. Nós temos que ter maturidade para lançar os candidatos necessários porque temos bons quadros. O PMDB está dizendo que vai sair com uma candidatura própria. Precisamos perceber que a oposição já vinha tendo um porcentual significativo de votos com as diferentes correntes. Unidos vamos impressionar mais os eleitores. Só não caminharemos com uma candidatura única se percebermos de forma estratégica que será preciso lançar mais algumas, mas creio que vamos caminhar para uma candidatura única na Capital”, finalizou.