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Câmara participa de audiência sobre a degradação do Rio Acre, no Amazonas

A Câmara Municipal de Rio Branco participa hoje (30), no vizinho município amazonense de Boca do Acre, de uma au-diência pública sobre a degradação do Rio Acre. A Casa encampou uma ‘cruzada’ de luta pela preservação do manancial, depois da participação de dois encontros internacionais acontecidos nas cidades de Inãpari (Peru) – 310 quilômetros da Capital – na tríplice fronteira Brasil/Peru/Bolívia, e em Cobija (Bolívia).

Ao final das atividades, os parlamentares pretendem entregar um relatório aos órgãos responsáveis. Nele, serão expostas as condições do rio, principalmente até que ponto a água é poluída e se atinge a saúde da população. Dando sequências às atividades, a Câmara definiu, ainda, um calendário de mais de audiências públicas, que serão realizadas nas cidades de Xapuri, Brasiléia, Porto Acre e Rio Branco.
 “Esse assunto foi motivado pela Câmara Municipal de Boca do Acre (AM), cujo território é banhado pelo rio e que mais sofre com as consequências da degradação”, informou o presidente da instituição, Juracy Nogueira, lamentando que a legislação ambiental dos países limítrofes ‘praticamente inexistem’.

Depois de se reunir com autoridades, os parlamentares irão percorrer parte do rio, prio-rizando as regiões de maior degradação. O manancial está perdendo suas matas ciliares, fato que se percebe diminuição da lâmina de água. Os crimes ambientais vão desde a destruição de nascentes, que servem de ‘fonte’, até o despejo de dejetos in natura.

O engenheiro civil e espe-cialista recursos hídricos, Oscar Soria Martins, que vem monitorando o rio há mais de dez anos, afirma que a calha do manancial está prestes a romper uma encosta. O possível evento romperia um barranco, isolaria os bairros Leonardo Barbosa e Samaúma I, deixando-os, em uma próxima enchente, completamente submersos. O fenômeno, conhecido como ‘corte de meandro’, pode causar uma ‘catástrofe’.

Ele é causado pela eroção sobre os bancos de sedimentos devido à ação hidráulica. Depois de um longo período de tempo este meandro vai se curvando cada vez mais, e, com o tempo, finalmente pode ocorrer que o ‘pescoço’ do meandro acabe tocando o lado oposto. O Ministério Público Estadual (MPE) está realizando um estudo sobre as condições do manancial. 

 

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