Os servidores do quadro administrativo da Universidade Federal do Acre (Ufac), em assembléia geral realizada na manhã de ontem nas escadarias do Colégio de Aplicação, decidiram manter a greve deflagrada há 15 dias.
Em passeata, os manifestantes foram à Assembléia Legislativa (Aleac) pedir apoio dos deputados. “Queremos que eles intercedam junto a outros parlamentares em Brasília”, disse o presidente do Sindicato dos Técnicos Administrativos do Terceiro Grau (Sintest), Ademar Sena.
No começo de fevereiro, os servidores pararam durante 48 horas, bloqueando a entrada da Ufac em adesão ao movimento nacional e em luta por direitos dos servidores da instituição. No último dia 15, outra paralisação marcou a participação da categoria na mobilização nacional para abrir a discussão sobre projeto de Lei Complementar nº 549, que poderá congelar salá-rios por 10 anos, e reivindicar a reposição de perdas salariais que atingem, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estudos Econômicos e Estatísticos (Dieese), em torno de 15%.
Ainda segundo Ademar Sena, os servidores querem também um ganho real de 5%, revisão do Plano de Cargos Carreia e Remuneração (PCCR), o fim da terceirização dos serviços, realização de mais concursos públicos para o provimento de cargos, pagamento de insalubridade e dos vencimentos básicos comprovados, além de exigirem mais investimentos em ensino, pesquisa e extensão.
A greve dos técnicos administrativos das universidades federais já conta com a adesão de servidores de 44 instituições. Desde que a paralisação foi deflagrada há duas semanas, o movimento grevista não conseguiu se reunir com o Ministério do Planejamento para que as negociações sejam retomadas.
O impasse já prejudica os estudantes e pode colocar em risco o calendário universitário. “Estamos fazendo uma greve forte e unificada, mas com responsabilidade”, garante Sena, assegurando que 30% do efetivo estão em atividades.
O movimento, que é nacional, pede que o piso da categoria seja reajustado em três salários mínimos e a abertura imediata de concursos públicos para a substituição dos funcionários terceirizados.
De acordo com a federação nacional da categoria (Fasubra), hoje os servidores recebem R$ 1.034. “Estamos insistindo, mais uma vez, que se tenha essa reunião porque não há como resolver o problema da greve sem diálogo. Não é interessante para nenhum dos lados”, concluiu o representante da categoria.