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IBGE: desmatamento atinge 15,3% da Amazônia Legal

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) assegura que 15,3% da Amazônia brasileira estão desmatados. Os dados compõem o estudo “Geoestatística de Recursos Naturais da Amazônia Legal” que traça um diagnóstico da região sobre os recursos naturais, vegetação e cobertura da terra; relevo; solos; rochas e recursos minerais. A análise tem como referência o ano de 2003.
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O Governo do Acre trabalha com dados mais recentes e contabiliza em 13% a área desmatada do Estado. Os últimos dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) constatou que entre agosto de 2010 e abril de 2011 houve aumento do desmatamento no Acre. A utilização do satélite de alerta “Deter” detectou 99 pontos com mais de 25 hectares de área desmatada. No mínimo, foram 2,5 mil hectares de desmate. O governo assegura que área de registro não foi de “corte raso”.

O Governo do Acre trabalha com a hipótese de que o satélite tenha contabilizado como desmatamento áreas que foram de queimadas legais. “Participamos de um grupo de estudos em Brasília com quadros comparativos de diversas situações com o acompanhamento direto da direção do Ibama”, explicou o secretário de Estado de Meio Ambiente, Carlos Edegard de Deus. Hoje, acontece em Brasília, uma análise do provável aumento do desmatamento no Acre.

“Desmatar mais” – Em várias oportunidades, o presidente da Federação da Agricultura do Acre, Assuero Veronez, declarou que deveria haver uma legislação ambiental “que não penalizasse o pequeno produtor”. E já chegou a declarar publicamente que apoia maior desmate na região. A intenção de Veronez pode estar prestes a se concretizar com as discussões sobre a votação da reforma do Código Florestal.

Os dados do estudo do IBGE mostram que dos 13.208 km² de florestas desmatadas no Acre até 2003, 60,61% viraram pasto, 37,16% correspondem a vegetação secundária (capoeiras em regeneração, áreas abandonadas, degradadas, ou seja, terra mal utilizada), 2,20% por áreas agrícolas e 0,03% são ocupadas por áreas de reflorestamento. A análise destes números é feita por Evandro Ferreira, pesquisador do Inpa-AC e do Parque Zoobotânico da Ufac e Ph.D. em Botânica Sistemática pela City University of New York (CUNY) & The New York Botanical Garden (NYBG). Para Ferreira, os dados apresentados pelo estudo do IBGE comprovam que “o pasto comanda a destruição ambiental no Acre”.

A Amazônia Legal ocupa 59% do território brasileiro (5.016.136,3 km2). Em toda área vivem aproximadamente 24 milhões de pessoas, em 775 municípios, distribuídos em 10 estados, incluindo Mato Grosso, Tocantins (98% da área do estado), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%). A Amazônia Legal abrange 20% do bioma “cerrado”. O bioma “Amazônia” é o mais extenso do Brasil e corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta, com a mais elevada bio-diversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável.

 

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