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OAB quer proteção do Estado a lideranças rurais ameaçadas de morte na Amazônia

O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, disse hoje (3) que a entidade cobrará do Estado proteção às pessoas ameaçadas de morte em decorrência dos conflitos que resultaram no assassinato de diversas lideranças rurais na Região Norte.

De acordo com Cavalcante, o Estado precisa garantir a vida de todas as pessoas ameaçadas de morte que constam de lista feita pela Pastoral da Terra. “É necessária a compreensão de que a morte virá para essas pessoas. Por isso, o Estado precisa reagir e dar garantia de vida a elas” disse ele à Agência Brasil.

Ontem (2), mais um trabalhador rural sofreu emboscada e foi morto em Eldorado dos Carajás, no Pará – mesmo local onde, em 1996, houve um massacre de trabalhadores rurais. Marcos Gomes da Silva é o quarto agricultor morto em menos de dez dias na região.

No dia 24 de maio, o casal de ativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva foi morto a tiros em Nova Ipixuna, também no Pará, e três dias depois foi assassinado o líder rural Adelino Ramos, em Vista Alegre do Abunã, em Rondônia. Adelino integrava o Movimento Camponês Corumbiara e tinha denunciado a retirada ilegal de madeira na região.

Ophir Cavalcante acrescentou que o diretor do Conselho Federal da Ordem, Miguel Cançado, viajará à região a convite do senado, para visitar os locais de conflitos. “Essas mortes sempre existiram, e o conflito continuará enquanto não houver uma política de ocupação, reforma agrária,e ações nas áreas de educação e de saúde. E para isso é fundamental um trabalho em conjunto envolvendo os governos federal e estadual.”

Ao tomar conhecimento do assassinato de Marcos Gomes da Silva, o  ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, disse ontem (2) que o governo vai tomar “medidas mais duras” para enfrentar a violência no campo na Amazônia. (Agência Brasil)

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 Uma reunião entre a presidente Dilma Rousseff, quatro ministros e os governadores do Pará, do Amazonas e de Rondônia definiu que uma grande ação policial será desencadeada nesses três estados que vêm enfrentando violência no campo, com o assassinato, nos últimos dez dias, de líderes ambientalistas. Pelo plano traçado, participarão da ofensiva a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a Força Nacional de Segurança e até mesmo as Forças Armadas.

 Não está definido de que forma os militares agirão nem as cidades onde atuarão. De acordo com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, caberá aos governadores solicitar a presença das tropas e depois, em comum acordo, definir as áreas onde elas serão necessárias. O objetivo dessa ação coordenada, segundo Cardozo, é coibir novos homicídios e, ao mesmo tempo, fazer a apuração imediata dos crimes já ocorridos. A operação já tem nome: Operação Em Defesa da Vida.

 O ministro afirmou que, na semana que vem ele e os ministros da Defesa, Nelson Jobim, e da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, acompanhados de representantes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), visitarão os três estados para apurar a situação de impunidade nesses locais.  (O Globo)

 

 

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