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Pais e moradora exigem o corte de castanheiras em escola da AC-40

Alguns pais e uma moradora estão reivindicando que seja cortada uma castanheira na escola Leôncio de Carvalho, localizada no Km 8 da Rodovia AC-40. A árvore faz parte de uma fileira com 5 castanheiras, assentadas numa parte colada com o muro lateral da escola. Os reclamantes alegam que os frutos (ouriços) da espécie são uma ameaça – inclusive fatal – aos alunos do referido colégio e do que fica ao seu lado. Juntos, ambos atendem centenas de estudantes das comunidades da área (Vila Acre, Ramal Benfica, Sta Helena, Bom Jesus, etc).
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As castanheiras foram plantadas há cerca de 15 anos. Só que a sua grande polêmica teve início há 2,5 anos, quando elas se transformaram em imponentes árvores (ressaltando-se que um ente adulto deste espécime atinge de 30 até 45 metros de altura) e começaram a produzir os ouriços. Tais frutos (que pesam de 7g até a mais de 2,4 Kg) começaram a cair, atiçando a preocupação dos pais e incomodando a vizinha da terra ao lado, dona Miriam.

Pra muitos, a solução parece simples: ‘é só pegar uma serra e pôr a arvore abaixo’. Mas na prática, as coisas são bem mais complicadas. Castanheiras são espécies protegidas por lei. Por isso, cortá-las exige um trâmite altamente burocrático e nada rápido, que inclui desde investigações e pareceres técnicos até julgamentos da necessidade ou não de cortá-las.

Diante disso, a direção da escola interditou toda a área embaixo da castanheira. Mas isso não foi suficiente. Com o tempo, a castanheira mais próxima da rua ficou bem em cima de um apanhadozinho de 3 pequenos comércios gerais (que pertecem a dona Miriam e é alugado pra comerciantes), concentradores de alunos das escolas. Assim, os vendedores se queixam de danos mate-riais e os pais alertam para o risco de acontecer uma tragédia quando, num dia de ventanias, um dos ouriços desta árvore cair em cima da cabeça de um dos alunos.

“Já caiu 2 deles em cima aqui da loja. Um deles causou um monte de goteiras. O outro, como foi ali na ponta, eu deixei pra mostrar o perigo que é isso aí”, disse o vendedor(a) de um dos comércios. Dona Miriam foi outra que não perdeu a chance de denunciar as castanheiras. “Há mais de 3 anos que venho cobrando pra tirar essas árvores daí. Elas são um risco pra todo mundo. Um dia desses eu ia saindo de casa e tinha um grupo de alunos escorados no muro, com um monte destes ouriços no chão perto deles. Só saíram porque eu insisti muito. Eu acho é que estão esperando acontecer uma tragédia pra resolver este problema”, desafiou ela.  

Coordenação da escola garante que já pediu intervenção nas árvores há anos
Sobre as castanheiras, a coordenadora administrativa da Leôncio de Carvalho, Joana Saldanha, assegurou que todas as providências que estavam ao alcance da escola já foram tomadas. Segundo ela, além da interdição da área das árvores e da orientação insistente aos alunos pra que não ficassem perto de onde caem os ouriços, a direção acionou a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia) tão logo apareceram às primeiras reclamações dos pais. “Além disso, não podemos fazer mais nada, a não ser esperar pelos órgãos ambientais competentes”, disse ela.

Por sua vez, o assessor da Semeia, Jair Moura, que tem acompanhado o caso, contou que o requerimento já foi repassado ao Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), mas hoje se encontra ‘emperrado’ na situação legal que imputa pedir o corte da espécie. Conforme o assessor, só o instituto pode decidir como proceder. Portanto, as castanheiras devem ser mantidas ‘de pé’ até que haja uma decisão deles. Caso sejam derrubadas sem respeitar tal tramite, o seu agressor sofrerá medida administrativa, passível de se tornar crime ambiental.

Ainda assim, ele adiantou que na última consulta faltava ao Imac apenas deferir o pedido e executar a ação decidida. Nesta semana, ele garantiu que a Semeia fará um novo contato junto ao instituto pra agilizar tal processo. Entre as ações, o instituto pode atender o pedido na íntegra e cortar todas as 5 árvores, pode cortar somente 1 delas, pode só podar os galhos que invadem os limites do colégio, pode simplesmente decidir não intervir em nada, etc.

Tanto Jair Moura, quanto a coordenadora Joana Saldanha deram totais garantias de que, contrário ao que alegam os queixosos, a vida dos alunos não corre riscos com as castanheiras. “Os danos causados à vizinha é pertinente. Mas dizer que os alunos estão sob alto risco de morte já é um exagero. A chance de ocorrer um acidente destes é mínima, quase inexistente, até porque os ouriços caem na época em que os alunos estão de fé-rias”, argumenta Joana.

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