O prefeito Raimundo Angelim inspecionou segunda-feira, 30, o processo de reciclagem do lixo da Unidade de Tratamento de Resíduos Sólidos (Utre) através da Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis de Rio Branco (Projeto Catar) e a empresa Plasacre. O processo gera cerca de 150 empregos diretos e vários outros indiretos numa cadeia de coleta e seleção que sanou o passivo ambiental do lixo na capital acreana. A visita foi acompanhada pelo diretor da Plasacre, Eder Santos, e os secretários Cezário Braga, de Serviços Urbanos, e Silvia Brilhante, do Meio Ambiente.
“Das mais de cinco mil cidades brasileiras, apenas 408 fazem a coleta seletiva do lixo. Rio Branco não está entre as grandes mas se destaca na questão da responsabilidade social”, disse Silvia Brilhante, destacando o apoio político que o sistema tem em Rio Branco porquanto a Prefeitura já havia desativado os lixões quando o país adotou a Lei de Resíduos Sólidos, que extinguiu os arcaicos processos de destinação do lixo.
Em 2007, a Prefeitura de Rio Branco adquiriu uma área de 80 hectares a pouco mais de vinte quilômetros do Centro e criou a Utre. O projeto, seguindo sua índole e a política de sustentabilidade da gestão Raimundo Angelim, não deixa passivo ambiental nem afeta as populações locais, a fauna, a flora e os mananciais da região. A área restante, de 60 hectares, é uma zona de compensação ambiental cujo projeto contempla trilhas ecológicas e equipamentos de educação e conscientização ambiental. Cerca de duas mil mudas de espécies nativas foram plantadas como meio de recuperar a floresta e proteger nascentes na área.
De seu lado, o Projeto Catar existe desde 2005, e é resultado de parceria entre diversos catadores de lixo e a Prefeitura de Rio Branco. Atualmente, cerca de trinta catadores são beneficiados através da parceria que envolve o poder público, a iniciativa privada e os trabalhadores. O processo de destinação do resíduo, nessa etapa, funciona de modo simples: as pessoas acumulam o material e o Catar recolhe nas casas, calçadas, pontos e instituições, para então prensá-lo e comercializá-lo. Parceira no projeto, Plasacre mantém 120 colaboradores com salário adequado.
O objetivo da Plasacre é instalar núcleos de coleta em todos os municípios do Acre. Já existem experiências no Bujari e Senador Guiomard e Brasiléia. Destes dois últimos chegam a Utre, respectivamente uma carreta a cada quinze dias e uma carreta a cada semana.
A planta de processamento está instalada no Parque Industrial e conta com incentivo do Governo do Estado. A Plasacre produz cerca de dez itens no total, incluindo novidades como a telha, mourão de cerca, conduíte, mangueira preta e outros. A telha tem custo de instalação até 40% menor que o mesmo processo no produto convencional.
Política da prefeitura elevou renda e expandiu conceito de sustentabilidade
O advento da política de destinação e aproveitamento dos resíduos fez com que um catador cuja renda variava de R$ 300 a R$ 400 ao mês a receber salário de até R$ 800/mês. Além de dobrar a remuneração dos catadores, a política de Angelim para o setor ampliou o universo de materiais recolhidos: antes eram apenas as latinhas mas agora os catadores aproveitam resíduos plásticos e de papel, os quais são vendidos a R$ 0,50 o quilo.
Desde a década de 1980, a produção de embalagens e produtos descartáveis cresceu significativamente, assim como a produção de lixo. Por isso, para a Prefeitura de Rio Branco, o desenvolvimento econômico deve estar aliado à preservação do meio ambiente. Atividades como campanhas de coleta seletiva de lixo e reciclagem de alumínio, plástico e papel, ainda não são corriqueiros no Acre mas deve avançar nos próximos anos. Esta reciclagem ajuda a diminuir significativamente a poluição da água, do ar e do solo. Muitas empresas estão reciclando materiais como uma maneira de diminuir os custos de produção de seus produtos. (Ascom/PMRB)