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Seminário debate política de atenção ao idoso

Parece lógico que depois da criação e aprovação do Estatuto do Idoso as políticas públicas destinadas à esta faixa etária fossem construídas com rapidez e com foco voltado para as necessidades desta população no Brasil. Mas a realidade é outra e para começar a transformá-la, o Hospital das Clínicas do Acre promoveu ontem o primeiro Seminário para Definição da Política de Atenção à Pessoa Idosa. O encontro reuniu representantes das principais organizações sociais e profissionais responsáveis pelo atendimento a este público.
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O seminário discute a criação de uma rede de acolhimento na área de saúde desde a atenção básica até o serviço de alta complexidade no Estado. A presidente do Conselho do Idoso e gerente de Humanização do Hospital do Idoso, Mariazinha Leitão, afirma que o preconceito desgasta e constrange o idoso em situações diversas, sendo mais prejudicial no setor de saúde. O tema foi abordado por ela em painel que traçou os principais mitos e preconceitos em relação aos idosos e alerta que estas pessoas têm condições de viver mais e melhor recebendo tratamento humanizado nas unidades de saúde e no seu coti-diano. Entre as propostas apresentadas durante o seminário estão a criação de uma farmácia específica para o idoso no Hospital das Clínicas e aumentar as ações de humanização do hospital.

Em todo o Estado residem 47 mil cidadãos acima de 60 anos, sendo que 25 mil vivem na Capital. Desses, pelo menos 1,5 mil são beneficiados com as ações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Saúde nos nove Núcleos de Vida Saudável e nas seis academias populares existentes em Rio Branco. Até o fim de 2011 serão dez no total. Exames trimestrais para o controle de hipertensão e diabetes e atividades físicas permanentes são realizados para garantir saúde preventiva e mais qualidade de vida. O secretário de Saúde de Rio Branco, Osvaldo Leal, destaca a participação das organizações sociais na construção do trabalho de socialização e implantação de políticas voltadas para o idoso no município. “Antes, a população idosa era pequena e adoecida. Hoje é ativa na sociedade, inclusive economicamente e busca sua recolocação social. A idade não é barreira para ninguém”, diz o secretário.

Para o promotor de Justiça dos Direitos do Idoso do Ministério Público Estadual, Rogério Munhoz, a sociedade ainda trata muito mal estas pessoas. O MPE não possui índices referentes às denúncias de agressões cometidas contra o idoso no Acre, mas o promotor afirma que todos os dias chegam novos casos sendo os mais freqüentes ligados à vio-lência patrimonial e psicológica. “A própria família não respeita este idoso. Os jovens não respeitam, mesmo com o Estatuto porque a sociedade insiste em descumprir a lei”.

 

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