Com data base marcada para julho, o Sindicato dos Médicos do Acre tenta negociar com o governo desde março a reposição das perdas salariais referentes aos últimos cinco anos que, segundo tabela elaborada pelo departamento jurídico da entidade, chega a 20,58% entre os anos de 2007 e 2010 período em que não houve aumento linear. O que o Sindmed quer é que o governo reveja a proposta apresentada e aceita pelo Sindicato dos Trabalhadores da Educação em repor 20% das perdas em quatro parcelas de 5% a serem aplicadas até dezembro de 2012. O sindicato afirma que, pela proposta do governo, os anos de 2011 e 2012 não seriam contabilizados na reposição o que ocasionaria ganho real de apenas 8,32% durante os cinco anos.
Em reunião com sindicatos de diversas categorias como a dos dentistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, policiais civis e bombeiros uma proposta conjunta foi elaborada e apresenta três opções que simulam ganhos reais, tendo como base apenas os índices de inflação. A primeira proposta tem índice de 21,5% que se-riam pagos em 3 vezes (julho 5%/dezembro 10%/julho 2012 6,5%); a segunda chega a 31,68%, que inclui os 20,58% de perdas correspondentes a 2007/2010 e mais 11,1% referentes a 2011 e 2012 em quatro parcelas de 7,92%, e a terceira proposta atinge 27,08% que poderiam ser divididos em 3 vezes de 9%. “É uma proposta baseada na realidade e que procura cumprir o artigo 37 inciso 10º que garante aos trabalhadores o direito de reposição das perdas causadas pela inflação. Nada mais que isso. Se não for concedido reajuste que aplique a correção deste ano e do próximo estes trabalhadores perdem muito”, explica o advogado Ressine Jarude.
Na próxima terça-feira, 28, os sindicatos realizam uma assembléia geral para discutir as propostas elaboradas pelo Sindmed e definir os rumos da negociação salarial com o governo. O sindicato dos médicos quer estimular a discussão sobre as pautas específicas de cada categoria que estariam pendentes. Realização de concurso público do Estado para a contratação de médicos, criação de plano de carreira e melhor distribuição desses profissionais no municípios, dando ênfase ao atendimento de urgência e emergência são algumas das reivindicações do Sindmed.
Os pontos comuns entre os sindicatos são a correção automática dos salários de janeiro de cada ano com base na inflação referente ao ano anterior e negociação individual das particularidades de cada categoria sindical com o governo. “Não estamos pensando em greve. Estamos tentando conversar, sugerir. Desde março, quatro reuniões de nego-ciação foram desmarcadas, mas acreditamos em um acordo. Este é um governo sério, esperamos que haja um entendimento com os trabalhadores”, diz o presidente do Sindmed, José Ribamar. A assembléia dos trabalhadores está marcada para às 8h do dia 28 em frente à Assembléia Legislativa do Acre.
