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Apreensão de cocaína cresceu 43% nos últimos quatro anos

A retirada de cocaína do mercado brasileiro aumentou 43% nos últimos quatro anos, segundo a Polícia Federal (PF). De 18,8t em 2007, para 27t no ano passado. O aumento da apreensão foi destacado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (Unodc), que apresentou o Relatório Mundial sobre Drogas 2011 na última quinta-feira.

Segundo o representante do Unodc para o Brasil e o Cone Sul, Bo Mathiasen, o cenário deve-se principalmente ao aumento da oferta da droga na região.

“Houve um claro deslocamento de mercado nos últimos 10 anos e a quantidade de droga que passa pela região aumentou”, opina. O especialista reitera que um dos motivos para a presença da droga no Brasil é o uso da estrutura local pelo narcotráfico, como a oferta de uma grande quantidade de voos internacionais. De acordo com o relatório, o Brasil foi o país da América do Sul e da Central responsável pelo maior número de remessas de cocaína para a Europa em 2009.

O representante do Unodc acredita, no entanto, que boa parte da substância que chega ao país serve ao consumo interno. “Eu diria que o número de usuários na região é crescente pelo fato de termos percebido aumento da oferta”, diz. Mas o coordenador-geral de Polícia de Repressão a Entorpecentes da PF, Márcio Nunes, afirma que não é possível fazer uma vinculação estreita entre a apreensão e o consumo. Para ele, a explicação do aumento da apreensão é o reforço nas fronteiras brasileiras. “Temos feito ações expressivas, como a Operação Sentinela, que contribuiu para a intensificação nas operações de fiscalização e nas barreiras. Ampliamos a abordagem de pessoas, a vistoria em veículos e em embarcações”, afirma.

O coordenador afirma ainda que a PF dobrou o número de efetivo nas fronteiras nos últimos cinco anos, chegando a cerca de mil policiais. Márcio Nunes citou também as grandes operações feitas dentro do país, como a ocupação do Complexo do Alemão (RJ), realizada em novembro do ano passado, onde foram apreendidos mais de 100kg de cocaína pura e mais de 40t de maconha.

Ao contrário da tendência de apreensão de cocaína, os dados relativos à maconha revelam a diminuição na quantidade apreendida, caindo de 193t em 2007 para 154t no ano passado. Para o representante das Nações Unidas, a diminuição não é expressiva em função do grande volume da droga apreendida.

“As oscilações acontecem em um patamar muito grande de apreensão. Às vezes, essa mudança varia a partir de uma ou duas grandes operações. Ainda é a droga mais consumida no mundo e no Brasil”, afirma. Márcio Nunes, coordenador da PF, no entanto, acredita que a redução aconteceu a partir de ações específicas de repressão em fase de produção. “Nos últimos três anos, fortalecemos os programas de erradicação dos cultivos ilícitos, evitando que a planta chegasse no ponto de colheita. Assim, conseguimos erradicar um número expressivo de pés de maconha. Isso diminuiu a oferta e fez, inclusive, com que o preço da droga subisse”, afirma.

Segundo Nunes, apenas em 2010, as operações da PF evitaram a chegada de 3.300t de maconha no mercado consumidor. “Tivemos a erradicação de 1 milhão e 800 mil pés de maconha no Pará, no Maranhão, na Bahia e em Pernambuco”, afirma.

O coordenador reitera que as operações em andamento têm como foco a maconha e a cocaína, que, juntas, podem somar mais de 5 milhões de usuários no país. O número é uma estimativa atual em torno do último levantamento de usuários feito no país, que apontou o consumo de maconha por 2,6% da população e de cocaína por 0,7%. A pesquisa do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas foi feita, em 2005, levando em conta a população com idade entre 12 anos e 65 anos.

Bope acha fuzil capaz de derrubar aeronave
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio de Janeiro encontraram, ontem, no Morro da Mangueira, um fuzil calibre .30, arma usada para derrubar aeronaves, além de duas espingardas, uma réplica de fuzil, munições de calibres diversos e maconha.

Todo o material apreendido estava em uma vala na localidade do Buraco Quente, onde foi iniciada, no último domingo, a ocupação da favela para a instalação da 18ª Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do estado. O serviço de inteligência da Polícia Militar recebeu informações de que criminosos da área preparam ataques a agentes e postos policiais em represália à tomada do morro. (Correio Braziliense)

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