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Fiscais da prefeitura são presos por formação de quadrilha

A “Operação Rapa” desencadeada pela Polícia Civil na manhã de ontem, 8, tinha alvos certos e culminou com a prisão de uma fiscal de tributos, do presidente do Sindicato dos Camelôs e um ex-fiscal acusados de crimes de peculato,  corrupção passiva, tráfico de influência, falsificação de documento público e formação de quadrilha. Foram apreendidos veículos, dinheiro estrangeiro, documentos e computadores.
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Foram presos durante a operação a fiscal de tributos da Prefeitura de Rio Branco, Maria do Socorro da Silva Albuquerque, 47, “Socorrão”, o presidente do Sindicato dos Camelôs da Capital, José dos Santos de Lima, 51, ‘Juruna’, e o ex-fiscal tributário do município Sebastião Oliveira de Souza, 34, ‘Sabah’.

 A ação da Polícia Civil apreendeu uma caminhonete Hilux, um Ford Ka, duas motocicletas e uma embarcação de alumínio com motor.

Ao todo foram dados cumprimentos a 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão.

A ação ocorreu de forma simultânea nos alvos estabelecidos na ordem judicial e envolveu 40 policiais civis, sendo 33 agentes e sete delegados. Karlesso Nespoli, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco) comandou as averiguações.

Segundo ele, a investigação durou sete meses até alcançar os investigados, Maria do Socorro, Sebastião Oliveira e José Lima.

Maria do Socorro foi presa em casa, no Ramal da Garapeira, bairro Vila Acre.

Em poder da suspeita foram apreendidos uma Hilux prata, um Ford Ka preto, R$ 700, 3 mil bolivianos e a embarcação (voadeira).

José Lima foi capturado na Rua Beira do Canal, bairro Ivete Vargas e Sebastião Oliveira localizado na região da Habitasa.

 Os investigados estão presos temporariamente e recolhidos na Unidade Prisional Francisco d’Oliveira Conde conforme determinação judicial.

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Entenda o caso
Em entrevista à imprensa o delegado Karlesso explicou como a quadrilha agia. “Juruna, Socorrão e Sabah, intermediavam a venda de estabelecimentos comerciais, localizados no Calçadão da Benjamim Constant (Camelódromo), cujo os imóveis, por lei, não podem ser vendidos ou alienados por se tratar de permissão pública”, observou Karlesso.

De acordo com a autoridade policial, o trio chegou a vender os pontos comerciais por até R$ 60 mil.

Juruna, presidente do Sindicato dos Camelôs, atuava como uma espécie de corretor de imóveis da quadrilha, cabia a ele fazer o primeiro contato com os interessados na compra e venda dos pontos que por lei não poderiam ser vendidos e cobrava pelo “serviço sujo” uma comissão que variava entre R$ 1.340 e 1.500 por cada transação, o valor era cobrado tanto de quem comprava como de quem vendia, tudo seria validado por ‘Socorrão’ fiscal da prefeitura, o que prejudicava o controle do município.

Ainda conforme Karlesso, os dados que comprovam o crime teriam sido armazenados em um computador público, destruído pelos criminosos, com o propósito de ocultar provas, porém os dados teriam sido transferidos para um pen drive que era controlado por Socorrão.

Os computadores que foram apreendidos no depósito da Gerência de Licenciamento e Fiscalização Urbana (Sedop) serão submetidos a perícias no Departamento de Polícia Técnico-Científica.

O secretário da Polícia Civil, Emylson Farias, destacou a ação dos policiais da Decco e das demais unidades policiais envolvidas na execução da operação e, observou:

“Estamos combatendo e vamos intensificar de maneira firme a batalha contra esses ativos criminais. A polícia Civil já vem fazendo isso de maneira pontual e as apreensões dos veículos, barco e mercadorias diversas fazem parte desse tipo de crime (lavagem de dinheiro), que a polícia vem combatendo com o rigor da Lei”, salientou.

A Investigação – Farias lembrou também que para alcançar esses resultados foram necessários sete meses de investigação que reuniu diversas habilidades da inteligência policial o que justifica os investimentos do Governo na área científica da polícia. Ressaltou ainda que as investigações vão continuar e não descarta outras prisões em breve.

 

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