Adolescentes internados no centro sócio educacional Aquiry, localizado na estrada Apolônio Sales (Pousada do menor) realizaram um motim no final da tarde desta quarta-feira, 08, que resultou com a fuga de um interno e três agentes socioeducativos feridos.
De acordo com informações o presidente do Instituto sócio educativo, Dimas Sander apesar de saber do número reduzido do efetivo de agentes determinou que na tarde de quarta-feira, 15 os adolescentes que cumprem medidas sócio educativas participassem de uma programação de campo (recreação), e três agentes foram destinados a acompanhar os menores a um campo de futebol na área externa dos alojamentos.
Os adolescentes aproveitaram o número inferior de agentes, que por força da Lei não podem usar armas, e decidiram realizar um motim fazendo os agentes reféns e tomando o rádio comunicador para que não chamassem por socorro.
Os menores se dividiram em grupos e tomaram o rádio de comunicação de um dos agentes, enquanto outro grupo foi a uma Escola que fica ao lado do campo, onde quebraram as carteiras e usaram a madeira para agredir os outros dois agentes.
Sem armas os agentes foram obrigados a se defender apenas com a força dos braços. Durante a luta com os menores um agente conseguiu chamar reforço, que demorou cerca de 20 minutos, tempo suficiente para um adolescente conseguir pular o muro e fugir.
“A partir daí travou-se uma verdadeira briga generalizada, de um lado os menores armados com pedaços de madeiras, do outro os agentes defendendo-se apenas com as mãos. Não aconteceu uma tragédia porque a Polícia Militar chegou a tempo de evitar que os menores nos matassem” afirmou o socioeducador.
Após o motim ser controlado, os menores foram encaminhados para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente – DEPCA.
Está é a segunda fuga registrada nas unidades sócio educativas, que abrigam menores infratores.
Na última terça-feira, 07, nove adolescentes da unidade próxima ao Hospital Santa Juliana, realizaram fuga após quebrarem as grades e renderem um agente socioeducador.
Os agentes reclamam do número reduzido vigilantes para prestar segurança a um número quatro vezes acima das condições.
“Infelizmente estamos em contagem regressiva para uma tragédia, já reivindicamos, já foi documentado que o número de agentes sócios educadores é insuficiente nas unidades que cuidam de menores infratores, mas até agora ninguém tomou providências, ao contrário obrigam os agentes a desenvolver atividades sociais, que é um direito dos adolescentes, mas que coloca em risco os agentes” declarou um sócio educador que pediu para não ser identificado.