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Deputados criticam a atuação da Força Nacional no Arena

Um episódio que envolveu familiares do deputado Éber Machado (PSDC) num confronto com policiais acreanos e da Força Nacional foi o assunto de ontem na Aleac. O parlamentar narrou agressões, humilhações e torturas que seu irmão, cunhada e sobrinha teriam sofrido no dia 22 de maio no estacionamento do Arena da Floresta. Visivelmente transtornado o deputado ocupou a tribuna por duas vezes para criticar a Força Nacional, a qual chamou de ‘força do mal’ e, o subcomandante da PM, Cel. Paulo César, a quem mandou ‘lavar a boca’ pra falar da sua família.
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Os deputados que ocuparam a tribuna depois do pronunciamento de Éber Machado manifestaram apoio e fizeram coro às críticas pela presença da Força Nacional no Estado. Mesmo o líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) prometeu que conversaria com o governador Tião Viana (PT) para mandar os policiais nacionais para a fronteira. Por outro lado, Moisés Diniz garantiu que ao contrário do que alguns deputados disseram o Governo do Acre não está tendo nenhuma despesa financeira com a Força Nacional.

O posicionamento do deputado Edvaldo Souza (PSDC) foi o mais ponderado. “A Força Nacional como polícia especializada tem que ter funções mais diretivas como cuidar das nossas fronteiras em Brasiléia, Assis Brasil e Cruzeiro do Sul que são os grandes corredores do tráfico. Usar uma polícia oriunda de outros estados para fazer investigações em área de estacionamento de estádio onde estão jovens se divertindo e trancar os locais impedindo o direito de ir e vir causa abuso de autoridade. Acho que as questões têm que ser vistas de outra forma. Uma operação policial tem que ter um objetivo e não a espectalurização da ação com uso até de helicóptero”, criticou.

Já a deputada Antonia Sales (PMDB) comparou a ação policial com um filme de terror. “A diferença é que nesse filme pessoas foram espancadas e torturadas. Condeno a atitude da Força Nacional que veio maltratar o povo do Acre. Policiais armados tratando as pessoas como se fossem marginais. Acho isso uma covardia”, protestou. 

Éber desabafa na tribuna
A assessoria do deputado Éber Machado distribuiu cópia à imprensa do seu discurso. As palavras proferidas tinham tom de desabafo e indignação. “Ali pessoas foram espancadas, humilhadas por alguns policiais que não têm respeito, muito menos preparo ou condição de lidar com pessoas de bem, e que usando da autoridade agiram de forma truculenta com todos aqueles que queriam diversão e segurança… O meu irmão algemado, pisoteado, espancado e chegou a desmaiar devido à violência. A minha cunhada e a minha sobrinha de 18 anos foram algemadas e levadas para o xadrez sem serem bandidas”, desabafou.

Num outro trecho o parlamentar responsabiliza o subcomandante cel. Paulo Cesar pelos acontecimentos. “Ele deu entrevistas aos meios de comunicação dizendo que meu irmão tem várias passagens pela polícia. Quero dizer que meu irmão não é assassino, nem traficante e nem assaltante. E também nunca foi tido como suspeito de organizar ‘mensalinho’. Os motivos pelos quais foi preso foram fúteis e pagou a sua pena com ‘sacolões’… Quero deixar registrado nos anais da Casa, que qualquer coisa que aconteça comigo, com a minha família, ou com pessoas ligadas a mim é de inteira responsabilidade do Cel. Paulo Cesar e de todos os maus policiais que o acompanham”, disse Éber Machado.        

 

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