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Manifestação de servidores da Justiça causa estranheza a deputados

A fachada da Aleac ganhou ontem o adorno de um caixão de defunto. A manifestação dos servidores da Justiça, que começou em frente ao prédio, terminou no plenário da Casa, com uma reunião entre os deputados e os representantes da categoria. O movimento tem origem nas desavenças sobre os valores a serem repassados ao Poder Judiciário pelo Orçamento do Estado. Os servidores que reivindicam uma reposição salarial se sentem prejudicados com o impasse entre os poderes.
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No entanto, alguns deputados consideraram a manifestação desnecessária já que as negociações entre os poderes continuam a avançar. “Eu não entendi o protesto que estava sendo feito que a LDO fosse discutida. A Aleac aprovou um requerimento garantindo que haverá essa discussão. A notícia que estou tendo é que já está havendo os debates escutando todos os poderes de forma democrática e republicana. Essa manifestação foi gerada por falta de informação”, disse Walter Prado (PDT). 

Depois de participar da reunião com os sindicalistas o deputado Jamyl Asfury também garantiu que o assunto está sendo tratado dentro do Legislativo. “Já tínhamos feito uma reunião na Aleac que tratava da LDO. Chegamos à conclusão de que precisamos esclarecer alguns pontos turvos na negocia-ção. Exatamente qual o percentual destinado aos poderes e baseados em que critérios. Nós vamos trazer representantes do Governo do Estado e do Judiciário para esclarecermos essa situação e chegarmos a um consenso”, ponderou.

Audiência pública
O parlamentar do DEM esclareceu ainda que o momento não é adequado para uma audiência pública. “Existem os procedimentos legais e não cabe nesse momento uma audiência pública. A argumentação que encontramos é que o mais importante é a vinda de técnicos. A manifestação dos servidores é legítima e nós precisamos ouvi-los. Mas a imparcialidade se dará com a participação do Poder Legislativo nesse caso”, argumentou.

O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) concordou com o colega oposicionista. “Não cabe mais uma audiência pública no momento. Isso vai acontecer entre outubro e novembro. A discussão do Orçamento será na realidade uma audiência pública permanente porque vai ouvir todos os atores envolvidos na questão para não haver dúvidas”, afirmou. 

“Um poder não pode enganar o outro”
Moisés Diniz (PCdoB) foi irônico em relação à manifestação. “A noite todos os gatos são pardos. Quando a gente não dialoga e não conversa pontos de vista podem ser impostos. Nós garantimos ao sindicato que não votaremos em nenhuma ilegalidade. Não queremos deixar uma imagem para a sociedade acreana de um poder estar enganando o outro. Vamos ouvir todos os lados de maneira técnica para que não paire dúvidas sobre essa situação. Seremos solidários aos trabalhadores do Judiciário sem podermos interferir”, garantiu.

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