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Quem vai ser eleito para prefeito da Capital em 2012?

Alguns novos importantes lances políticos ocorreram no tabuleiro da sucessão prefeito Angelim (PT) nos últimos dias tanto na Frente Popular quanto na oposição. O principal deles é a confirmação da candidatura do ex-deputado federal Fernando Melo (sem partido). A perspectiva inicial era que o ex-petista se filiasse no PMDB. Ele vinha mantendo contatos estreitos com o deputado federal Flaviano Melo (PMDB-AC) e uma parte do partido contava como certo Fernando encabeçando a chapa para levar o 15 às ruas em 2012. No entanto, as reações do ex-deputado João Correia (PMDB) praticamente inviabilizaram essa possibilidade.
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Diante desse quadro houve articulações do senador Sérgio Petecão (PSD-AC) para abrir as portas do novo partido à filiação de Fernando Melo. Os dois já formaram a dupla Cosme e Damião nos tempos da Câmara dos Deputados e percorreram junto todo o Estado. Portanto, possuem laços estreitos de amizade e de identificação política e ideológica. Fernando Melo já tinha anunciado a sua candidatura à Prefeitura de Rio Branco quando ainda era candidato à reeleição pela FPA, em 2010. Ao sair do PT permaneceu em silêncio por um tempo, mas voltou à cena disposto a realizar o seu propósito.

Dificilmente o ex-deputado irá correr o risco de se fi-liar ao PMDB e ficar sem a cabeça da chapa. O caminho do PSD parece o mais provável para Fernando Melo. O novo partido que já nasceu com uma grande representatividade política nacional poderá oferecer as condições ideais para que Melo possa ser candidato. Vale lembrar que caso o prognóstico se confirme a união entre Melo e Petecão reforçaria ainda mais a nova sigla como uma dissidência regional da FPA. No plano nacional, tanto o PSD quanto o PMDB apóiam a presidente Dilma (PT) e, o ex-deputado não esconde que quer ser coerente com quem apoiou na sucessão do presidente Lula (PT).

Por outro lado no PSDB, o candidato derrotado ao Governo Tião Bocalom (PSDB) já fala como detentor da vaga para a disputa da Prefeitura de Rio Branco. Ele acredita que manterá a hegemonia do diretório municipal para inviabilizar as intenções do deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC) de entrar na disputa. Mas o parlamentar mais votado nas eleições de 2010 promete não desistir. Se o impasse permanecer por muito tempo os tucanos correm o risco de chegar a 2012 com o partido dividido e qualquer uma das duas candidaturas destroçadas pelos conflitos internos.

Correndo por fora a candidatura do deputado estadual Edvaldo Souza (PSDC) parece ser para valer. O jornalista tem feito uma série de matérias no programa televisivo que comanda, Gazeta Alerta, sobre as situações sócio-econômicas dos bairros periféricos de Rio Branco. Além disso, Edvaldo tem a tribuna da Aleac para manifestar as suas posições. Sem falar que o apresentador e deputado é muito conhecido por grande parte da população. Um capital político considerável. Se os pequenos partidos se unirem em torno da sua candidatura, Edvaldo Souza poderá ser uma surpresa nas próximas eleições.

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Reflexos na disputa   
No caso da confirmação das candidaturas de Edvaldo Souza e Fernando Melo a FPA enfrentaria oponentes que surgiram politicamente dentro das suas fileiras. Os dois podem representar a propalada terceira via dando aos eleitores uma opção de uma mudança moderada. Não acredito que Edvaldo e Fernando façam uma campanha agressiva contra os 12 anos de governos da FPA. Ao contrário dos pré-candidatos João Correia, Tião Bocalom, Luiz Calixto (PSL) e a deputada federal Antônia Lúcia (PSC-AC) que deverão se posicionar como opositores radicais ao projeto da FPA.

Já Márcio Bittar é um mistério. Tem momentos que o tucano se mostra desconfortável dentro da oposição. Mas por outro lado Bittar não tem nenhuma identificação política com a FPA que foi a sua adversária nas últimas eleições. Caso consiga superar os obstáculos e se tornar o candidato à sucessão de Angelim, Márcio deverá se apresentar com um discurso mais light priorizando um projeto técnico para a gestão da Capital. Ele acredita que o único caminho que pode levar a oposição ao poder é a credibilidade de um projeto consistente para substituir o atual modelo.

A silenciosa FPA
Entre os pré-candidatos da FPA parece haver um pacto de silêncio aparente. É filosofia do grupo político não apoiar candidatos precipitados que ainda não tenham recebido as bênçãos dos seus cardeais. Mas nos bastidores a movimentação política dos pretendentes é grande. O deputado federal Sibá Machado (PT-AC) não esconde a sua intenção de encabeçar a chapa. Já a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/ AC) tem se mantido alheia ao processo. Numa recente entrevista o deputado estadual Ney Amorim (PT) também se colocou à disposição para enfrentar a disputa.

No entanto, parece que o verdadeiro candidato da FPA ainda é um mistério. Acredito que irão optar por alguém com o perfil mais técnico que serviria como uma espécie de secretário executivo do Governo do Estado, na Capital. Diante das atuais dificuldades do município um tocador de obras poderia ser mais eficiente para apresentar resultados mais imediatos aos rio-branquenses. Nesse caso, aparecem os nomes do atual diretor- geral do Deracre, Marcos Alexandre e, do presidente do Depasa, Gildo César.

A oposição que no momento se considera favorita poderá ter uma surpresa. Seja qual for o quadro a FPA conta com cerca de 40% de votos consolidados. Além disso, quem já acompanhou as primeiras entregas de vias pavimentadas do Projeto Ruas do Povo pôde ver a receptividade junto à população. Se o projeto tomar fôlego até meados de 2012 será um grande instrumento de divulgação das ações da FPA em Rio Branco.

Mas um fato que deve ser analisado é que o novo prefeito de Rio Branco precisará ter 50% dos votos. Parece que com a profusão de candidatos teremos uma eleição em dois turnos em qualquer situação. Não acredito que nenhuma das correntes políticas na disputa consiga a coesão para uma eleição resolvida no primeiro turno. Nesse caso, é preciso muita atenção nas articulações porque posições radicais podem acabar inviabilizando a unidade tanto da oposição quando da situação para a eleição definitiva no segundo turno.  

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