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Sindicalistas pedem ajuda de deputados estaduais para conversar com Governo

Uma longa reunião entre os parlamentares e representantes de 12 sindicatos de funcioná-rios públicos marcou a sessão de ontem da Aleac. Houve momento em que o clima ficou tenso entre os deputados. No afã de mostrar preocupação com os problemas salariais das categorias alguns oposicionistas apresentaram propostas radicais. Chagas Romão (PMDB) chegou a sugerir que a pauta de votações da Casa fosse trancada até o Governo atender as reivindicações dos sindicalistas.
Dudu
Ao final da reunião as decisões foram às mesmas que têm acontecido nesses casos. Como líder do governo, Moisés Diniz (PCdoB) resolveu ausentar-se do encontro coube ao deputado Eduardo Farias (PCdoB) fazer a defesa do Governo. Segundo Farias, foi pactuado entre os parlamentares de que não haverá votação na Aleac do aumento salarial das categorias enquanto todas não forem recebidas pela equipe do Governo e as negociações não estiverem esgotadas. “Também garantimos aos sindicalistas que abriremos as portas do diálogo para aqueles que não estão agendados para serem ouvidos”, disse ele.

Reivindicações e possibilidades 
Como os principais protagonistas do movimento sindicalista que visitou a Aleac eram os médicos, o deputado Eduardo Farias exerceu um importante papel nas negociações. O ex-vice-prefeito da Capital, também é médico e um dos maiores defensores do atual projeto de gestão da Frente Popular. “Olhando a cifra de R$ 9 mil de salário para um médico quem ganha salário mínimo e está desempregado vai pensar que o médico ganha muito. Mas acontece que um médico é um profissional especializado que não se forma com menos de seis anos. Não é uma mão de obra que se ache em qualquer canto”, ponderou.

Apesar de estar a favor da melhoria salarial dos médicos Farias avaliou as possibilidades do Governo. “Estive reunido com o Sindicato dos Médicos e precisamos chegar ao consenso. O Governo já colocou o seu limite porque tem que cuidar de outras coisas como a infra-estrutura do Estado, a Educação, a Saúde. O recurso que é de uma fonte única precisa ter as suas prioridades para fazer a partilha correta. Estamos no caminho do diálogo e acredito que haverá consenso. Os médicos precisam de remunerações dignas para que possa estudar e ir aos congressos para se atualizarem. Por outro lado, os médicos precisam garantir aos seus pacientes um atendimento de qualidade. Não adianta acabar a negociação e ver profissionais fazendo beiço de insatisfação. É preciso pactuar tudo isso”, argumentou.

Validação de diplomas do exterior
Como uma das reivindicações dos médicos se refere também à contratação de mais profissionais, o parlamentar comunista analisou a questão dos acreanos formados no exterior. “Sou completamente a favor. Mas a maioria da categoria dos médicos é contra. Vejam as dificuldades da saúde no Acre e não há como negar para os médicos formados fora do Brasil de atuarem. É preciso validar esses profissio-nais e não criar uma reserva de mercado. Estou propondo um projeto na Aleac para dar condições aos estudantes acrea-nos formados no exterior para que possam convalidar os seus diplomas. Até hoje a Ufac ainda não regularizou um único diploma de médicos formados no exterior. Tem alguma coisa errada nisso. Médico para nós é estratégico”, completou.

 

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