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Pequeno pecuarista também participa de leilões de gado de elite

Há, aproximadamente, 15 anos, os meses de junho são especiais para quem lida com pecuária no Acre. Os leilões de gado de elite movimentam mercado milionário e fazem parte da busca do melhoramento do padrão genético do plantel regional”. Os leilões são a democratização da genética”, conceitua o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária, Assuero Veronez. “A forma de pagamento, dividida em até vinte vezes, ampliou a participação e trouxe o pequeno pecuarista”.

O raciocínio é reforçado pelo proprietário da Esteios Leilões, Gerson Botelho. “Cem por cento dos touros comercializados são feitos para os pequenos produtores”, assegura Botelho. Com 15 anos comercializando gado de elite na região, a Esteio Leilões é uma das maiores empresas do setor no Acre.

Cada leilão comercializa, aproximadamente, 80 animais a um preço médio de R$ 6 mil cada. Cada evento resulta em uma movimentação próxima de meio milhão de reais.

A LeiloMarcas é outra empresa que promove a pecuária regional há 8 anos. Sob sua responsabilidade estão dois leilões de grandes pecuaristas da região, Dirceu Zamora e Adálio Cordeiro. “Os nossos leilões não são marcados pela presença de pequenos produtores”, diferencia o sócio-proprietário da LeiloMarcas, Renato Lopes, que organizou o leilão de Zamora no Tathersal, no fim da tarde de ontem.


Renato, da LeiloMarcas: 8 anos qualificando plantel regional

Leilão semanal
No Acre, o espaço Tathersal, localizado no Parque de Exposições Marechal Castelo Branco, viabiliza dois leilões semanais, às terças e quintas-feiras. São leilões comerciais com forte presença de pequenos pecuaristas. Em média, são comercializados 1,5 mil bezerros nos leilões semanais a R$ 500 ou R$ 600 por animal.

A Expoacre é um evento que sempre serve de referência para o setor e fortalece o movimento de tentativa de melhorar o plantel regional.

Comercialização X Elite
De forma genérica, há duas grandes modalidades de animais. Os destinados à comercialização: geralmente, são bezerros (machos ou fêmeas) com até dois anos para recria ou engorda; e também os animais de elite, com alto padrão genético, não são animais usados a campo. São unidades cujo sêmen são usados em fertilizaçõesin vitro. Na região Sudeste, esses animais ultrapassam a casa do milhão.


Leilões de elite atraem grande público no Estado, principalmente nos meses de junho e julho, quando acontece a Feira Agropecuária


Acreplast vai produzir copos descartáveis e deve duplicar número de postos de trabalho
Nos próximos meses, o Acre passará a produzir copos descartáveis. A Acreplast, empresa que nasceu em 1986, está ampliando seus negócios, garantindo a geração de mais empregos e a redução no preço do produto no mercado acreano. A idéia é também investir na produção de tubos de PVC e canudos com proteção.

O proprietário da empresa, Raiolando Oliveira, está investindo na ampliação de seu negócio, com a aquisição de novos e modernos equipamentos, além da construção de um novo galpão. Com os investimentos, a empresa que, atualmente, emprega 150 pessoas, pode duplicar o número de ofertas de trabalho.


Secretário Edvaldo Magalhães (E) e Raiolando Oliveira, nas instalações da empresa

O empresário participou de uma viagem à China, organizada pelo Governo do Estado, em 2010. Na ocasião, comprou máquinas para a fabricação de forro de PVC.

“Nossos produtos tem qualidade e queremos continuar com o mesmo padrão. Estamos adquirindo novas máquinas e construindo um novo galpão para que possamos continuar oferecendo a nossa população produtos diversificados e, claro, de qualidade”, garante.

Humanização
Desde o início da operação da Acreplast, Raiolando Oliveira afirma que sempre se preocupou em oferecer boas condições de trabalho para seus colaboradores. Com a ampliação dos negócios, ele também está pensando na humanização da Acreplast.

“Acreditamos que para termos uma boa produção, nossos funcionários também precisam estar bem. Por isso, além de pensarmos na ampliação dos nossos negócios, estamos investindo em melhores condições de trabalho para os funcionários”, disse.

A expectativa é que, até o final do ano, a Acreplast, além do forro de PVC, embalagens, sacolas e outros produtos, também esteja produzindo canudos com proteção, copos plásticos e tubos de PVC.


José Magid: “Redução de preço só se Álcool Verde produzir em grande escala”

ITAAN ARRUDA

O presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustível do Estado do Acre, José Magid, só garante redução do preço do álcool combustível se a usina Álcool Verde mudar radicalmente a escala de produção. “Não temos como manter preço reduzido sem ter garantia de produção em escala”, explica. Para Assem, os 1,6 milhão de litros comercializados ano passado são insuficientes para que o consumidor sinta diferença. Atualmente, a distribuidora BR vende álcool combustível aos postos de Rio Branco a R$ 2,15. O consumidor paga algo em torno de R$ 2,44.

A gerência regional da Álcool Verde e representantes do governo asseguram que o lote comercializado no ano passado foi vendido à distribuidora a R$ 1,50. “Eu não tenho como conferir essa informação, mas o fato é que manter preço reduzido só com um lote não dá segurança às empresas”, afirmou Assem.


Assem: total produzido até agora não garante segurança

Na última quarta-feira, o governador em exercício, César Messias, organizou uma agenda pública com a presença de deputados estaduais na usina Álcool Verde. Na ocasião, a gerência regional da empresa anunciou que vai ampliar a área plantada em mais 2 mil hectares. Ao todo, a usina passa a plantar cana em 3,8 mil hectares em áreas degradadas ao longo da BR-317. A estimativa é de que sejam produzidas 85 mil toneladas de cana, o que deve gerar cerca de 5 milhões de litros de álcool.

A meta do Grupo Farias, que gerencia os trabalhos na usina, é quintuplicar a produção de álcool combustível, alcançando a marca de 25 milhões de litros. É a renovação de uma promessa. “A redução do preço depende da quantidade do produto ofertado no mercado”, explicou o gerente regional do Grupo Farias, Luiz Montes, reforçando o raciocínio dos donos de postos de combustível. “Na medida em que nós tivermos a produção normalizada, a comercialização de oferta e procura automaticamente fará reduzir o preço do produto no mercado”.

O secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, explica que a legislação não permite que o produto saia direto da usina e vá parar nos postos. O álcool entra em um leilão, vai para a distribuidora e, da distribuidora, segue para os postos. “É óbvio que os locais de abastecimento imediato são os que estão mais próximos das usinas produtoras”, disse Magalhães.

Açúcar: outra promessa renovada
Se todo o planejamento do Grupo Farias for executado, a usina Álcool Verde deve iniciar a produção de açúcar somente a partir de 2013. A promessa foi renovada durante a visita do governador em exercício César Messias.

A estrutura necessária para produção do açúcar precisa de pelo menos produção de 600 mil toneladas de cana, o que deve ocorrer somente daqui a três anos, caso o setor não passe por outra crise estrutural.
“Com o crescimento na produção de cana e ampliação para a produção de açúcar, a expectativa é de geração de 500 empregos diretos”, informou o governador em exercício, César Messias.


Representantes do governo e deputados visitaram usina na última quarta-feira

Grupo Farias busca Banco da Amazônia para sair da crise

O Grupo Farias, com mais de 40 anos no mercado sucroalcooleiro, tenta sair de uma crise estrutural. O setor está em crise em todo país e já chamou atenção do Palácio do Planalto que solicitou estudo e possibilidade de abertura de linhas de crédito para ampliação de usinas e renovação de canaviais.

O socorro já rotineiro a usineiros tem um objetivo: evitar a falta de álcool combustível. Nesse contexto, os empresários responsáveis pela usina acreana buscaram o Banco da Amazônia que acenou com a possibilidade de destinar R$ 160 milhões a serem pagos em oito anos.

A presidente Dilma Rousseff exigiu que se formulasse um novo marco regulatório para a comercialização de etanol no Brasil. Com isso,o Ministério da Agricultura deixa de ser o responsável pela formulação de políticas pata o setor sucroalcooleiro. Quem dá as cartas, agora, é a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).


NOTAS ECONÔMICAS

A cobrar
No mínimo inusitada a iniciativa da cooperativa Disk Táxi Acreana, que além de oferecer o serviço de 0800 (ligação gratuita), colocou à disposição de seus clientes o 9090, utilizado para chamadas a cobrar.Será mais um reflexo de comoanda o bolso do consumidor acreano?

Recessivo
Entre os empresários, muitas reclamações pela falta de movimento e circulação de dinheiro no comércio da Capital. Várias lojas já começam a entrar em liquidação, mas, ainda assim, os donos estão pouco otimistas com as vendas. A visão geral é de que o acreano está sem dinheiro e o pior: cheio de dívidas.

Empréstimos
O alerta já foi dado pelo presidente da Federação do Comércio do Acre, Leandro Domingos, que aponta como grande vilão os empréstimos consignados, a altos juros, disponibilizados pelo Banco do Brasil a grande parcela do funcionalismo público. “Chega o dia do pagamento e o consumidor já está sem saldo. Difícil ver um funcionário público do Acre que não esteja endividado”, reclama Domingos.

Carros roubados I
Preocupado com a deliberação do presidente da Bolívia, Evo Morales, que instituiu que os carros e motos roubados no Brasil ou em outro país poderão transitar legalmente na Bolívia, Leandro Domingos enviou ofício ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e ao Ministro das Relações Exteriores, Antônio de Aguiar Patriota, sugerindo que seja intensificada a fiscalização na fronteira do Acre com a Bolívia. A Fecomercio pediu ainda a intervenção do Governo brasileiro, em solicitar do presidente boliviano, Evo Morales, que reconsidere sua decisão.

Carros roubados II
Leandro Domingos chamou atenção para o perigo da lei boliviana, uma vez que a maioria dos veículos roubados no Brasil, principalmente, no Acre, tem como destino a Bolívia, onde os automóveis são moedas de trocas. Esta prática se dá, principalmente, para financiar o tráfico internacional de armas e drogas.

Precatórios
Direção do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC) se reuniu com o prefeito Raimundo Angelim, que também é presidente da Associação dos Municípios do Acre (Amac), para tratar sobre a situação dos municípios que, até agora, não regularizaram o pagamento dos precatórios. O vice-presidente do TJ-AC, desembargador Samoel Evangelista,alertou para a gravidade do problema e para as consequênciasprevistas em Lei, se não houver os respectivos pagamentos. Uma delas é a retenção dos repasses dos recursos financeiros relativos ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pela Secretaria do Tesouro Nacional.

Mais fraco
Se isso ocorrer, a corda arrebenta, claro, do lado mais fraco, e quem será diretamente prejudicada é a população, já que, com a retenção da verba do FPM, deixará de receber investimentos em saúde, educação, segurança, entre outros setores.

Irregulares
Dos 11 municípios do Estado notificados pelo TJ-AC para regularizaçãodo pagamento de seus precatórios, somente Cruzeiro do Sul enviou a documentação comprobatória dos depósitos dos pagamentos. Os demais: Marechal Thaumaturgo, Plácido de Castro, Tarauacá, Sena Madureira, Capixaba, Xapuri, Mâncio Lima, Feijó, Senador Guiomard e Assis Brasil continuam em situação irregular.

Franquias
Notinha da última edição do Acre Economia sobre a possibilidade da marca de peças íntimas femininas Hope ser aberta no Acre despertou o interesse de vários leitores, que enviaram e-mails pedindo mais informações sobre a empresa. A proximidade da abertura do Shopping Via Verde tem enchido os olhos de muitos aspirantes a empresários para o investimento em franquias. E, de fato, muitas já começam a chegar à cidade.

Franquias II
Mas é preciso ter cautela. Como já bem alertou o consultor do Sebrae Lauro Santos, em outra edição deste caderno, o sistema de franquias é igual casamento: “nem tudo não flores”. Essa opção de negócio confere direitos e muitas vantagens ao investidor, mas também muitos deveres. Portanto, é preciso muito estudo e preparo para se optar ou não por assinar um contrato de compra de uma franquia. Uma das dicas é analisar bem se o produto escolhido terá aceitação no mercado local e, claro, se o valor do investimento (somado a todas as taxas que, obrigatoriamente, precisarão ser compartilhadas com o franqueador) compensará o retorno financeiro.

Ansiedade na bomba
Álcool Verde novamente abastece o acreano de promessas. A ansiedade para que o empreendimento dê certo é tamanha que promove cenas hilariantes. A última foi a do governador em exercício, César Messias, que atacou de frentista abastecendo um carro com álcool em uma bomba instalada na usina.

Ansiedade na bomba II
Foi um caso raro de que a imagem não fala por si. Por um único motivo: a Álcool Verde ainda não foi sentida pelo consumidor acreano. O governo garante que o produto já saiu da usina par as distribuidoras a R$ 1,50 ano passado. Como o preço ficou entre R$ 2,20 e R$ 2,40, os gestores públicos creditam aos donos de postos de combustível a responsabilidade pela não redução dos preços. Messe empurra-empurra, quem não cai é o preço.


Fecomércio busca apoio de parlamentares acreanos contra leis federais que podem afetar empresários


MAÍRA MARTNELLO

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Acre (Fecomércio-Acre) acompanha a tramitação de dois projetos de lei, no Senado Federal, que, na visão da entidade, podem trazer prejuízos à classe empresarial do Brasil e, consequentemente, do Acre. O primeiro é o PL 520/2003, de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), que institui o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra” e cria mais um feriado nacional no mês de novembro. O segundo é o projeto de lei 6851/2010, do senador Paulo Paim (PT-RS), que pretende alterar a Lei nº 7.418, que institui o vale-transporte, para determinar o seu custeio integral pelo empregador.


Federação diz que comerciantes serão prejudicados com aprovação das leis

O presidente da Fecomércio-Acre, Leandro Domingos, avalia que ambos os projetospodem somar problemas à economia do país e enviou ofício para parlamentares acreanos, nos âmbitos federal, estadual e municipal,explicando a necessidade da atuação para rejeitar a aprovação das propostas.

“O projeto da senadora Serys Slhessarenko é muito válido, pois estabelece justa homenagem a uma grande figura da história brasileira, sendo, sim, digno de aprovação. No entanto, na Câmara dos Deputados, ele recebeu substitutivo que o desvirtuou de sua intenção inicial”, afirmou Domingos.

Ele explica que o PL aprovado pelo Senado institui apenas a comemoração do “Dia Nacional do Zumbi e da Consciência Negra”, no dia 20 de novembro, data da morte do líder negro Zumbi dos Palmares. Já o substitutivo aprovado pela Câmara estabelece o mesmo dia como feriado nacional, alterando o artigo 1º da Lei 662, de seis de abril de 1949, que define os dias que são considerados feriados nacionais.

Atualmente, são considerados feriados nacionais os dias 1º de janeiro, 1º de maio, 7 de setembro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro. Para a Fecomércio, a criação de mais um feriado nacional em novembro, que já tem duas comemorações – Finados e Proclamação da República- irá causar muitas perdas ao comércio, indústria e outras atividades produtivas.

No Acre, Leandro Domingos ressalta que a aprovação do projeto traria ainda mais danos, uma vez que o Estado tem o maior número de feriados estaduais do país: 23 de janeiro – Dia do Evangélico; 8 de março – Dia Internacional da Mulher; 15 de junho – aniversário do Estado; 5 de setembro – Dia da Amazônia.

“Em todos esses dias, não há expediente nos órgãos públicos e, quase sempre, também no comércio. Somando-se os feriados estaduais do Acre e os nacionais, temos 15 dias improdutivos no decorrer do ano, caso todos eles caiam em dias úteis”, reclama Domingos.

Este PL será analisado pelas Comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público e de Constituição e Justiça e de Cidadania. (Com informações da assessoria legislativa da Fecomércio).

Domingos: ‘É injusto o empregador ter que arcar com 100% do vale-transporte’
OPL6851/2010, de autoria do senador Paulo Paim, também em tramitação no Senado, pode ser ainda mais lesivo ao empresariado, na visão da Fecomércio do Acre. A proposta pretende alterar a Lei nº 7.418, de 16 de dezembro de 1985, que institui o vale-transporte, para determinar o seu pagamento integral pelo empregador.

Segundo o autor, tanto a Lei como o seu regulamento estabeleceram uma série de regras confusas para a efetivação desta participação, sendo que, em alguns casos, quando o salário é um pouco maior, o valor do vale-transporte é descontado totalmente do salário do empregado.

Para Leandro Domingos, no entanto, a possibilidade na mudança na legislação é “injusta” e “incoerente”, uma vez que,ao repassar as despesas com vale-transporte integralmente ao empregador, independentemente da faixa salarial do empregado, a proposta acarretará aumento considerável do contrato de trabalho, influenciando a capacidade de investimento e de geração de empregos, principalmente das micro e pequenas empresas.

“É incoerente, já que o vale transporte destina-se a ajudar aqueles que ganham pequenos salários. Aqueles que ganham mais não necessitam deste auxílio, pois, em sua maioria possuem transporte próprio. Vale ressaltar que a matéria quer impor todo o ônus do vale transporte para o empregador, que nos dias atuais já arca com 94%. É muito injusto que o empregador, com tantos encargos que já possui, tenha que arcar com 100% do valor do vale-transporte”, enfatizou Domingos.

O PL 6851/2010 está pronto para apreciação na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, tendo como relator o deputado Antônio Balhmann (PSB/CE).


ARTIGO


Aviso prévio proporcional gerará passivo e desemprego

João Francisco Salomão*

Neste momento de aquecimento econômico e avanço do Brasil rumo ao desenvolvimento, não se pode submeter nosso paíse o seu parque empresarial a uma situação que irá onerar a folha de pagamento das empresas e, em consequência, gerar aumento da inflação, da informalidade e da insegurança do trabalhador. A questão está gerando justificada inquietação no universo corporativo, pois, dependendo de como o Supremo Tribunal Federal (STF) estabelecer a proporcionalidade prevista na Constituição, a medida poderá ser impraticável para os empregadores.

Mais do que nunca, precisamos estimular o emprego formal, o registro em carteira e as garantias essenciais relacionadas ao trabalho. Isso, contudo, não se faz com a sobrecarga de encargos relativos à folha de pagamentos. É preciso que se entenda com clareza uma questão crucial e inexorável: aumentar o custo relativo ao pagamento do aviso prévio gerará, de maneira inevitável, um passivo muito grande para as empresas e, ao mesmo tempo, acarretará desemprego. É uma questão matemática. Não existe uma fórmula mágica para financiar a elevação dos custos produtivos.

O Brasil precisa de medidas que ampliem a competitividade das empresas e não de decisões que a reduzam ainda mais, num cenário de câmbio sobrevalorizado, juros ainda muito elevados e carga tributária muito alta. A despeito do bom momento de nossa economia, é preciso estar atento aos indicadores que evidenciam as perdas de competitividade, como, por exemplo, o déficit da balança comercial da indústria de transformação, em 2010, que superou US$ 70 bilhões.

Os setores produtivos aguardam com ansiedade uma reforma trabalhista que contemple a desoneração inerente aos salários, de modo que as empresas reduzam esse custo e que os trabalhadores recebam mensalmente valores reais maiores do que hoje. Um eventual agravamento do custo inerente ao aviso prévio estaria na contramão dos interesses dos empregadores e dos próprios trabalhadores, pois poderia gerar uma rotatividade maior de mão de obra, para se evitar os ônus relativos à proporcionalidade. Assim, esperamos que o Congresso Nacional regulamente o aviso prévio à luz dos interesses maiores do país, antes que o STF tome decisão definitiva sobre o tema.

*João Francisco Salomão – empresário e vice-presidente da
Federação das Indústrias do Estado do Acre — FIEAC
(
salomao@eleacre.com.br).

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