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Famílias de meninas desaparecidas receberão apoio social e psicológico

Depois do reencontro com as mães na manhã de ontem, as meninas B. A. de M.  e  P. B. G. de A., ambas de 13 anos, deverão receber acompanhamento social e psicológico do Conselho Tutelar e da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semcas). Elas, que pretendiam passear no Calçadão da Gameleira, fugiram de casa na noite de domingo, 10, depois de terem sido proibidas de sair de casa desacompanhadas. Amigas e vizinhas, as meninas não aceitaram a negativa das mães e ficaram 5 dias fora sem dar notí-cias. Até que decidiram procurar espontaneamente o abrigo municipal Maria Tapajós, localizado no Conjunto Tucumã.

As famílias foram comunicadas do reaparecimento na noite de quinta-feira, mas o encontro só foi possível no dia seguinte. Apreensiva, a dona-de-casa Cristiane Paula de Araújo, mãe de B. A. de M. e de outros 3 filhos, conta que esta foi a 1ª vez que a garota fugiu de casa. Agora, ela irá passar um tempo na casa do pai, que mora em outro bairro.

“Ela gosta de passear na Gameleira. A avó mora na Base, mas ela sempre vai com alguém. Como não tinha ninguém pra acompanhar dessa vez não deixei e ela ficou com raiva e foi assim mesmo”, conta. A mãe a descreve como sendo uma menina meiga, estudiosa (ela cursa o 8º ano do Ensino Fundamental à tarde e espanhol no contra-turno) e nunca causou problemas. Ela diz que a filha, que estuda no Colégio São José, perdeu as provas escolares e que sua preocupação é que ela recupere o tempo perdido.

Já a mãe de P. B. G. de A., Sônia Barreto da Silva, contou que esta é a 2ª vez que a garota foge de casa. Na primeira, ela estava na casa do pai. Sonia notou que a filha, que cursa a 6º ano do Ensino Fundamental, cortou o cabelo e tirou a sobrancelha. As meninas se disseram arrependidas, choraram muito ao reencontrarem as suas mães, mas aparentavam estar bem. A decisão do abrigo Maria Tapajós de receber B. e P. foi tomada como medida protetiva, para que as meninas não tentassem nova fuga.

Conflitos familiares
Após o reencontro, a conversa entre mães e filhas foi acompanhada pela coordenadora do abrigo. Elas foram conduzidas ao Núcleo de Atendimento a Criança e Adolescente Vítima (Nucria) por policiais civis que acompanharam o caso. Lá, eles elas devem receber atendimento sócio-assistencial e psicológico e, depois, serão encaminhadas ao Conselho Tutelar. Este é o procedimento padrão. O diretor de proteção espe-cial da Semcas, Fábio Fabrício, explica que conflitos familiares são os grandes responsáveis por fugas de crianças e adolescentes.

Os motivos que levaram as meninas a tomarem a atitude radical ainda serão investigados, mas o diretor adianta que a falta de diálogo entre pais e filhos pode ser um agravante. “Elas receberão essa abordagem social para sabermos porque saíram de casa. Como chegaram ao abrigo, mas situações como essas são resultantes de conflitos”, avalia Fabrício que orienta os pais a procurarem uma unidade do Centro de Referência em Assistência Social (Cras) em casos semelhantes.

Em Rio Branco, há 7 Cras localizados nos bairros Triângulo, Sobral, Tancredo Neves, Santa Inês, da Paz, Calafate e Vitória. Entre as ações desenvolvidas, estão os programas ProJovem Adolescente, o grupo de mulheres destinado à capacitação profissional entre outros. 

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