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Governo vai cortar o ponto do servidor que faltar ao trabalho

Serviços essenciais como hospitais e policiamento não serão suspensos por conta dos movimentos grevistas e a população não será prejudicada. Esta é a garantia do Governo do Estado. Os sindicatos que aderiram à greve se recusaram a aceitar a proposta do Poder Executivo, que ofereceu 20% de reajuste salarial.
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Na Saúde os faltosos não comprometeram o atendimento à população. Segundo a secretária de Saúde, Suely Melo, nas UPAS do Segundo Distrito e Tucumã sete profissionais faltaram. No Hospital da Criança e Maternidade houve apenas duas faltas. No Hospital das Clínicas oito médicos aderiram ao movimento e algumas cirurgias eletivas foram adiadas.

“Mas são procedimentos agendados, que não são de emergência, e serão rapidamente remarcados. Agora, a equipe do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia que está aqui para fazer 50 cirurgias aproveitou para adiantar as operações, já que dependem de centros cirúrgicos e eles ficaram vagas por conta dos médicos que faltaram”, explicou a secretária. Suely não chega a considerar o movimento na Saúde como uma greve. “As faltas foram muito poucas e não comprometeu em nada o nosso atendimento”, disse.

Segundo a Secretaria de Saúde, um médico recebia R$ 5,3 mil em 2007 por uma jornada de 40 horas. Hoje o salário é de R$ 7.105 para 30 horas semanais, podendo chegar a R$ 9.749 para 40 semanais. “Houve um ganho real nos salários. Médicos que tiram plantão, que trabalham nas unidades de saúde em geral ganham em média mais de R$ 15 mil e todos os especialistas recebem o salário máximo que pode ser pago no Estado, que é de R$ 25 mil”, explica Suely.

Em diálogo – Retornando às atividades em Rio Branco, o governador Tião Viana recebeu José Ribamar, Nageibi El Kadri e Murilo Batista, representantes da diretoria do Sindicato dos Médicos. A longa conversa reforçou o entendimento de que não havia necessidade de greve nesse processo, como ponto de pressão para se construir uma saída diante das reivindicações dos profissionais da Saúde. “Essa conversa é uma confirmação de uma amizade histórica, uma relação de diálogo que sempre foi dado nos últimos governos junto aos sindicatos. O nosso entendimento é que não havia necessidade de greve”, comenta o governador.

Implicações da greve – Sobre a postura do governo diante dos funcionários que faltarem ao trabalho, o procurador-geral do Estado, Roberto Barros, explica que os trabalhadores têm direito a fazer greve, mas os grevistas terão o ponto cortado. “Eles podem faltar ao trabalho para fazer greve, mas o Estado não é obrigado a pagar para que eles se manifestem”, observou.

Segundo o procurador, os servidores são regidos pela mesma lei que rege os empregados das empresas públicas, a 7.738/89. “Os serviços essenciais não podem ser comprometidos de nenhuma forma, como hospitais, delegacias, policiamento. Os trabalhadores podem fazer greve, mas são obrigados a avisar aos secretários aos quais estão submetidos com antecedência de pelo menos 72 horas. Outro ponto é impedir acesso a locais públicos. Eles podem fazer passeatas, movimentos, mas não podem impedir a entrada em unidades de saúde, por exemplo. A vida humana não pode ser colocada em perigo. (Agência Acre)

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