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Knidel adia sonho da faculdade para seguir a carreira de modelo

A moça de 1,80 m de descendência alemã e italiana por parte de mãe, e indígena e negra por parte do pai, nasceu em Rio Branco porque em sua cidade, Porto Acre, não tinha maternidade. Danielle Knidel levou o Acre pela segunda vez em menos de cinco anos aos três primeiros colocados no mais antigo concurso de beleza do país, o Miss Brasil. Com 21 anos e experiência de ter morado longe de casa, sozinha, em busca de espaço para iniciar uma carreira de modelo partiu do Acre com a segurança que precisava para acreditar que teria chances de ser a vencedora. Ao conhecer as outras candidatas e conversando com os produtores do concurso, se deu conta de que a disputa seria um pouco mais complicada.

Danielle, que está hospedada na casa de uma tia em Rio Branco (os pais moram em Porto Acre), conta que esperava ficar em uma boa colocação por causa dos resultados de concursos de beleza nacionais dos quais participou em anos anteriores, mas admite que ficou feliz de ter ficado entre as três primeiras. “O nível estava muito alto”, avalia. Agora, o sonho de cursar uma faculdade, que se transformou em realidade com a premiação do Miss Acre em que ganhou bolsa de estudos de uma universidade particular, terá que ser adiado mais uma vez. Agenciada pela Ten Model, de São Paulo, quer aproveitar a visibilidade que o concurso proporcionou e tentar novos trabalhos na área, ela que tem no currículo uma passagem de dois anos por São Paulo e Milão, na Itália.

Sem padrão
A beleza de Daniele Knidel traz fortes traços da miscigenação que lhe conferem um rosto singular aumentando as chances de conseguir espaço nesse mercado tão disputado como o da moda e que nos últimos anos se abre para a diversidade étnica em lugar de seguir um único padrão estético. Seu perfil no Facebook traz uma série de trabalhos em que mostra o potencial de ilustrar qualquer catálogo ou editorial de moda. Fotogênica e expressiva tem estilo próprio. “O mercado está diversificado. Há demandas para o mercado comercial e para o fashion. Cada um deles exige um tipo, mas hoje já é possível ver que tem espaço pra todos”, diz admitindo que os atuais concursos de miss têm como referência o padrão de beleza e medidas de modelos. “Existem miss mais magras que modelos”.


Com altura pouco comum para garotas da região Norte, Daniele tem 1,80 m e 63 kg. Parece muito, mas parte do peso é massa muscular adquirida com muita disciplina nos exercícios regulares. A alimentação também é usada a favor. Vegetariana, passou a valorizar mais alimentos nutritivos que repercutissem “num cabelo bom, numa pele perfeita”. No rosto muita maquiagem, muito demaquilante (sempre) para tirar a maquiagem, vitamina C, protetor solar e hidratante. Na agenda da Miss Acre e terceira colocada do Miss Brasil, está mais uma competição:  o Miss América Continental, que acontecerá no Equador em data que ela mesma desconhece.

Na carreira de modelo uma trajetória ainda iniciante, mas a menina que começou a trabalhar cedo para ajudar no sustento da família considera que as dificuldades a fortaleceram para que amadurecesse mais cedo. “Morar longe da família, numa grande cidade ou em outro país nos ensina muita coisa. Eu cresci muito como pessoa com essa experiência, aprendi outro idioma, a me cuidar sozinha, a trabalhar pra me sustentar”, diz Daniele. As férias na casa dos pais, interrompidas quando decidiu participar do Miss Acre, não estão mais nos planos. Porto Acre vai ficar novamente na saudade.

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