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Mais dois morrem vítimas do DDT; 13 estão na ‘fila da morte’

Os ex-guardas da extinta Superintendência de Combate à Malária (Sucam), Osmar Sacho Barbosa e Robervaldo Porfírio Soares, ambos de 68 anos, morreram nesta semana, vítimas do diclorofeniltricloroetano, o DDT. De 2000 a 2011, mais de 60 agentes morreram por causas idênticas. De acordo com o presidente da Comissão do DDT Luta Pela Vida, Aldo Moura da Silva, 13 deles estão em estado crítico (irreversível) e 180 são monitoradas pelos órgãos de saúde do Estado.

“As causas das 2 mortes são sempre as mesmas: câncer, insuficiência renal, cardíaca, pulmonar e complicações nos sistemas neurológico e nervoso central. O DDT está matando pessoas por aonde ele passou”, comentou Aldo Moura. Os chamados guardas da malária chegavam a passar 6 meses na selva para combater a doença. Eles não receberam nenhum treinamento para lidar com o produto.

Considerados como heróis, os chamados guardas da malária eram facilmente reconhecidos pelo uniforme bege e o capacete de alumínio. Embrenhados na selva por longos períodos, eles carregavam mochilas que chegavam a pesar 45 Kg, comiam e dormiam nas casas de seringueiros ou na floresta.

“As pessoas que resistiam eram as que tinham sangue no olho. Tinha que estar disposto a passar fome, a passar por cima do que fosse para fazer o trabalho”, diz o presidente da Comissão, que é ex-funcionário da Sucam com suspeita também de envenenamento. “Estamos agradecendo à deputada Perpétua Almeida e ao senador Petecão, que lutam para o Governo Federal indenizar as vítimas e suas famílias”, disse ele.     

O Ministério Público Federal (MPF) impetrou ações contra a União e Governo do Estado. As vítimas passaram a receber assistência médico-hospitalar, fato que reduziu o número de morte. Em 2009, um projeto do então senador Tião Viana proibiu definitivamente o uso do produto. 

 

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