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Militares e trabalhadores em Saúde param ações; governo nega ‘greve’

Os trabalhadores em Saúde e os policiais e bombeiros militares fizeram ontem, em frente à Assembléia Legislativa, um ato público que deflagrou o primeiro dia de greve das duas categorias. Os líderes sindicais anunciaram que cerca de 60% dos servidores aderiu ao movimento. Em entrevista coletiva, a secretaria de Saúde, Suely Melo, negou a existência da greve. Para ela, foi apenas ‘uma manifestação’. O comandante da Polícia Militar, José dos Reis Anastácio, também assegurou que os policiais trabalharam ‘normalmente’.
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“Queremos tranqüilizar a população. Os serviços de saúde estão e vão continuar normais”, disse a secretária. Quanto às faltas dos servidores nas unidades, ela informou que se concentraram da seguinte forma: 8 médicos no Hospital das Clínicas, 2 servidores na Maternidade e Hospital da Criança, 3 no Hosmac, 7 nas Unidades de Pronto Atendimento (UPA´s)  e 11 nos municípios.

Os sindicalistas, por sua vez, prometeram que vão ‘radicalizar dentro da legalidade’. Eles marcaram pra hoje, no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), uma manifestação em forma de ‘piquete’. “Vamos mostrar a força das categorias da Saúde, fechando aquele hospital e demais unidades”, ameaçou o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Técnicos e Auxiliares de Enfermagem (Spate), Raimundo Correia.

Os policiais e bombeiros militares também definiram sua estratégia, chamando-a de ‘polícia legal’ ou ‘tolerância zero’. Nela, os agentes de segurança deverão cumprir à risca a Constituição Federal, que impede o uso de viaturas com irregularidades e atuação sem armamento apropriado e capacitação. De acordo com um dos representantes da categoria, Abraão Púpio, a PM e o Corpo de Bombeiros vinham atuando sem cumprir plenamente estas e outras exigên-cias legais. A Constituição também determina que policiais militares não podem entrar em greve.

Oito militares estão presos
Até o final desta edição, oito policiais estavam presos em função do movimento ‘grevista’. “Os quatro de Rio Branco foi por causa do ato do dia 14, enquanto os outros, detidos em Tarauacá, estão presos pelo movimento agora deflagrado”, explicou Abraão Púpio, prometendo que, a partir de hoje, os nomes dos militares estarão estampados em outdoors pela cidade.

Quanto à ilegalidade do movimento, o sindicalista afirmou que os militares em folga podem participar da paralisação, levando, inclusive, mulheres e demais familiares para ‘engrossar’ os protestos. Quanto à operação ‘polícia legal’ ou ‘tolerância zero’, Púpio assim a definiu: “o objetivo é levar cidadania, protegendo o cidadão. Quando a gente impede um ônibus irregular de rodar, estamos reivindicando um transporte público de qualidade. Quando os policiais não entram em uma viatura sem condições de trabalho, estaremos protegendo a vida deles”, explicou.

Trabalhadores em Saúde querem insalubridade
Os trabalhadores em Saúde ligados ao Sintesac têm 25 reivindicações, mas estão dispostos a suspender o movimento se o Governo do Estado conceder a insalubridade para todos os servidores. O presidente da entidade, José Correia Daniel, assegura que as perdas salariais ultrapassam 45%. Suely Melo, no entanto, afirma que os servidores estatutários (regidos pela Lei 8.112) já incorporaram o benefício em seus vencimentos. “Falta apenas os celetistas (regidos pela Consolidação das Leis Trabalhista), que, em um prazo de 6 meses, o governo incorpora essa vantagem aos salários”, prometeu a secretária.    

Com mais de 5 mil filiados na categoria, Daniel ameaça fechar os postos de saúdes e hospitais. Ele também reivindica o cumprimento das leis que regulam as atividades penosas e insalubres, extensão do incentivo de complexidade aos profissionais de Saúde de nível médio, reenquadramento no PCCR dos médicos veterinários na categoria de médicos, redução da carga horária de trabalho para alguns profissionais e gratificação de risco de morte a todos os profissionais em saúde mental. (J.N.)  

 

 

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