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Grupo de ciganos aplica golpe de curandeirismo na zona rural do Quinari

Cerca de 9 pessoas de uma família cigana (nômade) foram detidas ontem (5) suspeitas de prática de curandeirismo na cidade de Senador Guiomard – distante 29 quilômetros de Rio Branco. A retenção dos ciganos se deu, porque, segundo o delegado Marco Antonio de Toledo, parte dos investigados, foram a casa de uma aposentada de 74 anos, na Vila Campinas e, abordaram-na dizendo que a mesma estava acometida de um câncer e que eles tinham um amuleto milagroso capaz de curar a mazela que insinuavam estar no organismo da aposentada, mas o “remédio” custaria R$ 4,2 mil.
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Para evitar que a esposa morresse devido ao câncer inventado pelos espertalhões (ciganos) que aterrorizaram a família da idosa, seu companheiro vendeu as únicas economias, resultado de vários anos de trabalho (oito cabeças de gado) e apurou R$ 4,4 mil. O pobre colono (nome não mencionado pela polícia) temendo pela vida da mulher comprou o amuleto, pelo qual pagou R$ 4,2 mil, exigido pelos golpistas, que depois de se apossaram do dinheiro retiraram-se do local jurando a cura da vítima que na realidade nunca esteve com problemas cancerígenos, porém antes de deixarem o local, recomendaram que não abrisse a embalagem do amuleto antes de 30 dias, caso contrário perderia o efeito.

O amuleto em questão era uma pulseira de fabricação artesanal de acabamento rústico (grosseiro) sem nenhum valor comercial e estava acondicionado em um envelope de papel. O caso chegou ao conhecimento do delegado Toledo no início da tarde de hoje quando a vítima procurou a delegacia para denunciar o golpe sofrido, visto que um familiar desavisado das recomendações dos ciganos rompeu a embalagem do amuleto, vendido a peso de ouro, onde constatou se tratar de uma miçanga chechelenta (coisa inservível). Um procedimento investigatório foi instaurado para apurar o caso e os suspeitos, que estão acampados nas imediações de um posto de combustível da cidade há cerca de cinco dias, conduzidos a delegacia para esclarecimentos, entre eles, Marino Alves, apontado pela vítima como sendo o líder dos ciganos. De acordo com a autoridade policial, os andantes são suspeitos de terem aplicado golpes nos estados de Rondônia e Rio Grande do Sul, a polícia não descarta a possibilidade de outras pessoas da zona rural do município terem sido vítimas do bando.

Os ciganos foram detidos sob a acusação de prática de curandeirismo, crime previsto no artigo 284 do Código Penal Brasileiro, que diz: o curandeirismo é a prática de prescrever, ministrar ou aplicar, habitualmente, qualquer substância, bem como usar gestos, palavras ou qualquer outro meio (não inserido na prática médica) para cura ou fazer diagnósticos sem ter habilitação médica. A pena para o delito é de seis meses a dois anos de detenção, e se o crime for praticado mediante remuneração, o agente fica também sujeito à multa. (Ascom Polícia Civil)

 

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