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Viúva teria dopado o marido para facilitar a ação de bandidos

A Polícia Civil encerrou as investigações sobre a morte do comerciante João Gomes da Silva, 33 anos, assassinado na noite de sexta-feira, 8, dentro da sua casa, no Ramal Bom Jesus, 2º Distrito da cidade, durante assalto que teria sido simulado pela própria mulher.

As investigações tiveram início no sábado, 9. Na segunda, 11, os agentes da Delegacia Antiassalto da Polícia Civil (Dapc), já haviam identificado e prendido os acusados de envolvimento no crime.
O primeiro a ser preso foi Ricardo Pereira da Silva, 19 anos, o ‘Murmuru’. Ele confessou o crime e apontou Jacinta Marta Nascimento Pereira, 33 anos, viúva da vítima, como sendo a pessoa que o teria contratado pelo valor de R$ 4 mil para matar João Gomes.

A mulher negou a acusação e manteve a versão de que dois homens armados de faca invadiram a casa do casal na noite de sexta-feira, 8, e anunciaram o assalto. Disse, também, que o marido teria reagido e foi ferido a golpes de faca. Os criminosos, segundo Marta, fugiram em uma motocicleta levando R$ 500 da vítima.

“Ela colocou cocaína na bebida do marido” diz acusado
 Diante da confissão de um dos acusados, o delegado Cleiton Videira solicitou a prisão temporária de Jacinta Marta. A Justiça acatou o pedido e expediu um mandado de prisão de 30 dias contra a acusada.
No começo da tarde de ontem,  investigadores  apreenderam um adolescente de 14 anos. O rapaz, a exemplo de Ricardo ‘Murmuru’, confessou a participação na morte do comerciante e afirmou ter sido contratado por ‘Marta’, como é conhecida no bairro.

“Ela prometeu pagar R$ 4 mil e disse que nós poderíamos ficar com o cordão de ouro, relógio, celular e dinheiro que estivesse com a vítima. Mas ela tirou tudo antes de a gente chegar. A Marta passou a tarde bebendo com o marido em uma distribuidora e colocou cocaína dentro da bebida dele, para ficar mais fácil quando a gente chegasse”, afirmou o adolescente.

Dizendo-se arrependido, o adolescente revelou detalhes do crime. O menor contou que Jacinta Marta foi à casa dele duas vezes. Ela estaria em companhia de ‘Murmuru’. Depois de convencê-los a praticar o crime, teria acertado o pagamento de R$ 4 mil, mais os pertences pessoais da vítima.

“No dia do crime, antes de sair de casa, ela combinou que iria embriagá-lo. Para não ter erro, ela ainda levou uma parada de cocaína para misturar na bebida dele. Quando chegou em casa, ela ligou e mandou a gente ir dizendo que ele estava dormindo no sofá da sala”, contou o adolescente.

Adolescente diz que a viúva permaneceu na sala e assistiu execução do marido
“Quando chegamos, ele estava dormindo. Descia até uma baba branca da boca, acho que era da cocaína que a Marta colocou na bebida dele. O Murmuru deu duas facadas no peito da vítima e a Marta disse tá bom não precisa mais não. Aí eu peguei a faca e dei mais duas facadas e fomos embora de bicicleta”.

E ele completou: “aquela safada enganou a gente. Disse que daria os R$ 4 mil e que nós podíamos  pegar o cordão de ouro, celular e tudo que tivesse com a vítima, mas antes da gente chegar ela pegou tudo. E o pagamento dos R$ 4 mil seria para segunda-feira, depois que ela fosse ao banco”.

Acusada nega
Mesmo diante da confissão dos dois executores que a apontam como mandante da morte do marido, Jacinta Marta continua negando o crime e afirmando que o marido foi morto porque reagiu a um assalto dentro de casa.

“Eu não tinha motivos para matá-lo, ou mandar matar. Não conheço esses dois que estão me acusando. Foi um assalto. Eu fui trancada no banheiro e não pude evitar”, disse a acusada.

Para o delegado Cleiton Videira, não existe a menor dúvida quanto à autoria do crime e quanto ao seu mandante.

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