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Deputados devem votar hoje o aumento salarial dos servidores públicos

A queda de braço entre oposicionistas e governistas da Aleac foi motivada, ontem, pela questão dos sindicatos que ainda não chegaram a um acordo com o Governo sobre o aumento salarial. Algumas categorias de servidores conti-nuam em estado de greve, mas outras já fecharam negociação. Por isso o líder do governo, Moisés Diniz (PCdoB) quer que a lei que aumenta o salário da Educação, da Polícia Civil e do Iapen seja aprovada na sessão de hoje. O deputado Rocha (PSDB) alegou inconstitucionalidade e quebra de um acordo ante-rior dos parlamentares.
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“Classes não se consideram contempladas”
Para o líder da oposição, major Rocha os sindicatos que mantém o estado de greve são representativos. “A Saúde e a Segurança não se sentiram contempladas com o aumento do Governo. Na Aleac prometeram que só seria votada a lei do aumento depois que todas as categorias chegassem a um acordo. Da maneira como querem fazer é inconstitucional porque Governo tem que conceder a todos os servidores o aumento salarial. Na Aleac quebraram a palavra porque tinham prometido que só votariam o reajuste se fosse de acordo com todas as categorias e isso não aconteceu ainda”, protestou.

Reivindicações – O parlamentar tucano considera que o governo está usando uma estratégia para enfraquecer os sindicatos. “Cada categoria tem uma pauta específica os médicos, por exemplo, têm uma série de reivindicações que não se prendem apenas ao salário. O que foi conversado é que poderia se aceitar os 20% de aumento desde que o Governo atendesse pontos específicos. As categorias só aceitarão negociar se for conjuntamente”, disse.

Outro ponto que Rocha discorda dos governistas é a politização do movimento sindical acreano. “O PT saiu de dentro do movimento sindical e a política faz parte da vida do cidadão. Dizer que o movimento sindical está politizado é brincadeira. O pleito é justo porque os servidores querem dar um conforto melhor aos seus familiares. Se for deliberada por uma greve geral vamos nos mobilizar”, garantiu.
Jamyl Asfury (DEM) também considera que houve falta de habilidade nas negociações.

“Existe uma desmobilização porque entrar numa greve é fácil o difícil é sair dela. Acredito que o Governo tem tentado desmobilizar através de negociações indiretas e isso faz com que as mobilizações fiquem esvaziadas. Existiram acordos intermediados pela Aleac que ainda não foram cumpridas. As negociações estão apenas por parte do Governo e as representações não concordam. Aqui na Aleac será votado apenas o que o Governo quer por causa da sua maioria”, salientou.

Moisés Diniz ainda em busca de diálogo
Para o líder do governo é ruim para todos os lados a situação estar se radicalizando. “Nós encontramos uma saída respeitosa para os funcioná-rios públicos. Há mais de um mês o Governo ofereceu os 20% que significa um aumento de R$ 200 milhões na folha do Estado e parte dos sindicatos já aprovaram. Falta ainda a Saúde, a Polícia Militar e Bombeiros. A nossa proposta é votar a favor de quem já decidiu e respeitar e aguardar quem ainda não decidiu. Se votarmos de qualquer jeito estaremos passando por cima da Segurança e da Saúde. Vamos votar hoje só Educação, Polícia Civil e o Iapen. Na quinta-feira vamos votar outras autarquias”, explicou.

Pauta de negociações – Para Moisés falta um pouco mais de abertura nos interlocutores dos sindicatos. “Propomos reuniões com os médicos e a enfermagem que desmarcaram. Depois para a PM e Bombeiros também foi cancelado. O Governo acha que as reuniões devem ser separadas porque há reivindicações específicas nas categorias. A Educação, além do aumento salarial, ficou garantido o curso superior para as pessoas de nível médio. Antecipou-se a ‘puladinha’ de outubro para julho. Tenho defendido que as categorias sentem com o Governo aprovem o reajuste e apresentem uma pauta de negociação para defender as bandeiras específicas. Passei a vida inteira fazendo o debate de greve e sei como entrar numa greve, mas ainda não descobrimos como sair de uma greve”, concluiu.

 

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