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Perpétua Almeida está no páreo para a disputa da Prefeitura de Rio Branco

O projeto do Diretório Nacional do PCdoB para as eleições de 2012 nas capitais tem alguns nomes considerados fortes. Entre eles desponta o da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB). Portanto, uma eventual candidatura dela já estaria prevista pelo seu partido. Durante uma entrevista exclusiva À GAZETA a parlamentar começou reticente em falar sobre eleições. Mas depois embalou e no seu jeito independente de ser analisou o quadro sucessório do atual prefeito Raimundo Angelim (PT). Portanto, se alguém acha que Perpétua Almeida é carta fora do baralho está enganado.

Terceiro mandato e susto eleitoral
Perpétua Almeida traçou as diretrizes do seu terceiro mandato baseada nos resultados eleitorais de 2010. “Antes de assumir o mandato me recolhi com a minha assessoria para a gente avaliar o resultado eleitoral e programar o mandato. A gente tem que se reinventar no dia-a-dia até mesmo nas relações matrimoniais. Tenho reclamado porque acho que a FPA tem que voltar às suas origens, se reunir mais com o povo e ouvir mais a sociedade.

 O governador Tião Viana (PT) tem buscado fazer isso. Aliás, tem momento que a gente não dá conta de acompanhar a agenda do Tião. Para mim a melhor parte é que as agendas têm sido com o povo. Esse programa Ruas do Povo está indo para todas as cidades do Acre, indiferente se o prefeito é ou não da FPA e, chega às pessoas mais pobres que antes usavam sacos de plásticos para sair de casa para proteger os pés. Estamos fazendo o caminho de reaproximação da sociedade, mas agente precisa correr um pouco mais”, ponderou.

Candidatura  para  2014
Indagada como avalia o seu nome como uma das possíveis candidatas à Prefeitura de Rio Branco, Perpétua não descarta a possibilidade. “Ainda não coloquei meu nome em nenhum momento para disputar a Prefeitura de Rio Branco porque acho que os partidos têm que sentar e discutir. Mas também acho que cada partido da FPA deve falar por si mesmo. Pela FPA ninguém pode ainda falar. A gente ainda não sentou para discutir o assunto. Sequer analisamos a eleição anterior. É preciso que a gente faça esse estudo dos resultados de 2010 para ver como estão as nossas ações como governo e com as prefeituras que a FPA tem dirigido. Aliás, no caso das nossas prefeituras o resultado não tem sido dos melhores. Depois a gente se posiciona em relação à próxima eleição”, argumentou.

Para a parlamentar o desempenho eleitoral é que fortalece o seu nome junto a opinião pública. “O PCdoB internamente está discutindo, mas também observando o comportamento dos outros partidos. Particularmente não posso reclamar do resultado das eleições. As pessoas me deram um terceiro mandato com muitos votos e só tenho que agradecer. Mas por outro lado, a sociedade mandou um recado pra gente que significa que temos que trabalhar mais. Ando na rua e de cada dez pessoas que converso oito me perguntam sobre uma possível candidatura minha a prefeitura. Costumo dizer que ainda tem tempo para a gente sentar e discutir”, salientou.

Pretensões
Questionada sobre o seu desejo em relação a uma candidatura à prefeitura, Perpétua responde: “tenho um problema porque sempre acho que não estou preparada para as coisas. Sempre achei, na época, que não estava preparada para ser vereadora assim como deputada federal. Mas depois levo muito a sério as coisas. É no dia a dia que a gente vai ganhando experiência. Portanto, qualquer desafio que vier vou encarar com muita responsabilidade. Para mim na política se a gente não se entregar não dá certo.

Tem que se gostar do que está fazendo. É claro que quando o PC do B sentar com os outros partidos nós teremos a chance de avaliar todos os candidatos. Mas nos desafios que têm sido propostos me esforço muito para dar conta. Acho que tem muitos nomes preparados para a Prefeitura de Rio Branco e vamos discutir o assunto”, ponderou.

O  papel  do  PC do B  na  disputa  de  2012
 Os partidários do PCdoB não escondem o sonho de governarem uma prefeitura do Acre. “Sempre defendo que o PCdoB e os outros partidos coloquem a cara nas eleições municipais. Assim quando chegar a disputa para o Governo a aliança da FPA ficará muito mais ampla. O PCdoB quer aproveitar as eleições municipais. A gente está discutindo candidaturas em Cruzeiro do Sul, Tarauacá, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, na região toda do Juruá. Nós temos em Cruzeiro do Sul o nome do Zequinha Lima que foi o nosso candidato a vice em 2008 e foi muito bem votado para estadual em 2010”, revelou. 

A  oposição  animada
Tanto em Rio Branco quanto em Cruzeiro do Sul, as 2 maiores cidades do Acre, a oposição já têm candidatos majoritários. Perpétua analisa as chances dos oposicionistas. “Olhando as declarações da FPA e da oposição sobre as eleições municipais acho que qualquer uma das alianças que se achar eleita começa errado. Cada eleição é diferente, depende do momento político e do comportamento do eleitorado. Então quando alguém se coloca de nariz empinado achando que a eleição está ganha está esquecendo-se de combinar com o povo”, preveniu.

 Perpétua considera natural na democracia o jogo e a disputa entre situação e oposição. “Acho que a oposição cumpre o seu papel de fiscalizar os recursos públicos. Isso tem que ser encarado com naturalidade. Cada um no seu papel. Se houver erros é fazer como a presidente Dilma (PT) com o Ministério dos Transportes. Quem errou vai pagar porque não podemos ter compromisso com o erro, mas com o trabalho e a ética. Não concordo de que quem questiona é porque não gosta do Acre e está querendo acabar com tudo que a gente construiu.

Obviamente alguns questionamentos são injustos. Como dizer que as estradas do Acre são as mais caras. Se considerarmos que vivemos num Estado que não tem pedras, asfalto e brita e que tudo vem de fora é natural o custo da estrada no Acre ser mais caro do que em Brasília ou São Paulo. Acusar que está se pegando o dinheiro da estrada para fazer outras coisas é irresponsabilidade. Se nós não temos medo vamos explicar para a sociedade e a oposição. Traz os senadores e deputados que estão questionando e mostra a situação. A gente não tem que ter medo do embate”, afirmou.

Unidade  da  FPA
Em relação à hegemonia da FPA com 15 partidos, Perpétua avalia: “manter a unidade é possível. Mas não acredito que iremos preservar uma aliança com tantos partidos. Acho natural que em vários municípios do Acre a FPA tenha mais de um candidato. O que não pode é se dividir num projeto maior. Hoje nós estamos governando o Estado. Mesmo surgindo mais de uma candidatura temos que manter a postura. É natural que os partidos queiram mostrar as suas lideranças. Agora, cada um deles tem que resolver os seus problemas internos e não tem como a FPA interferir”, finalizou.

 

 

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