Alguns acontecimentos importantes deixaram de ser ouvidos nas rádios brasileiras, por conta da obrigatoriedade da transmissão da Voz do Brasil às 19h. Eis alguns: o desastre aéreo da TAM, em Congonhas (SP),em julho/2007, causando a morte das 187 pessoas; a catástrofe de Blumenau em novembro de 2008, e no Rio de Janeiro, em 2010. Sem informações, o Exército teve enormes dificuldades para localizar e salvar algumas famílias; jogos da Seleção Brasileira, em fevereiro de 2007, contra a Inglaterra, e nas eliminatórias da Copa em outubro de 2009 contra a Venezuela; primeiro discurso do presidente Lula, quando ele lançou o Fórum Social Mundial, em janeiro de 2003.
Há ainda vários cidadãos que preferem ouvir o noticiário oficial dos Poderes da República em um horário mais apropriado. Com este pensamento é que a Voz do Brasil poderá ter seu horário de transmissão flexibilizado. Depende, portanto, do Plenário da Câmara dos Deputados a aprovação definitiva do projeto que flexibiliza os horários da Voz do Brasil. Os sessenta minutos de programa estão mantidos, mas poderão ser exibidos entre 19h e 22h, encaixados na grade de programação das rádios, deixando de ser veiculados em horário único, das sete às oito da noite, como acontece atualmente.
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão foi ao Congresso cumprimentar a autora do projeto, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB), que, após o recesso do meio do ano, buscará apoio das bancadas. Sendo aprovado na Câmara, o projeto vai direto à sanção da presidenta.
A parlamentar acreana foi convidada a gravar, na sede da Abert, em Brasília, inserções de rádio esclarecendo as vantagens da flexibilização do horário. As mensagens, que começam a ser codificadas nesta terça-feira, têm cunho explicativo e serão veiculadas nas mais de 2.500 emissoras afiliadas de todo o país. A associação dá início aos festejos de seus 50 anos de fundação, e aos 90 anos do rádio, que serão comemorados em julho de 2011. (Assessoria)