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Ministério das Cidades oferece mesada em troca de apoio

Depois dos escândalos que derrubaram os ministros dos Transportes e da Agricultura, o radar do Palácio do Planalto está apontado desde a semana passada para o gabinete do ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades.

Em guerra aberta com uma parte da legenda pelo controle do partido, Negromonte estaria transformando o ministério num apêndice partidário e usando seu gabinete para tentar cooptar apoio.

Segundo relatos dos deputados que foram convocados para reuniões na pasta, a ofertas em troca de apoio incluem uma mesada de R$ 30.000 para quem aderir.

O PP é o 3º maior partido da base aliada, com 41 deputados e 5 senadores. Controla há anos o Ministério da Cidade, que dispõe de um orçamento de R$ 22 bilhões. No governo Dilma, Negromonte foi indicado mais por suas relações com o PT da Bahia do que pelo trânsito junto aos colegas. Uma parcela do PP queria manter Márcio Fortes, ministro por mais de 5 anos com Lula. Há 2 semanas, o grupo ligado ao ex-ministro conseguiu destituir da liderança do partido o deputado Nelson Meurer, aliado de Negromonte.

Ao perceber o poder se esvaindo, Negromonte contra-atacou montando um bunker com 4 aliados de sua inteira confiança (os deputados João Pizzolatti, Nelson Meurer, José Otávio Germano e Luiz Fernando Faria). Eles tentam persuadir deputados a se alinhar de novo com o ministro.

Apenas na última terça, 12 parlamentares estiveram no ministério. Em anonimato, 3 deles revelaram que ouviram a proposta da mesada de R$ 30 mil.

Confrontado, o ministro atribui tudo a um jogo de intrigas e aponta o rival Márcio Fortes como responsável: “Sei que há boatos de que pessoas vieram aqui para fazer isso e aquilo, da mesma forma que o pessoal estava dizendo que o Márcio Fortes foi lá na liderança fazer promessa para arranjar assinatura”. E Fortes rebateu: “no dia 31 de dezembro, deixei o cargo de ministro e me afastei das atividades partidárias”.

O Ministério das Relações Institucionais confirma ter recebido as denúncias e está acompanhando a guerrilha do PP com muita atenção. A presidente Dilma Rousseff também já foi informada do problema. (Veja.com)

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