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Agentes são feitos reféns, durante rebelião na Pousada

O fim de semana foi bastante agitado no Centro Educativo Aquiry (Pousada do menor), com a realização de duas rebeliões que foram controladas por policiais militares do Batalhão de Operações Especiais – BOPE.

De acordo com informações, a primeira rebelião aconteceu na tarde de sábado, 27, durante o horário de visita, onde 20 internos se rebelaram sendo necessário o envio de força policial para conter os adolescentes.

Após a ação de militares do Batalhão de Operações Especiais – BOPE que conseguiu controlar a rebelião foram encontrados três estoques (arma confeccionada dentro da unidade com pedaços de ferro) que estariam em poder dos menores.

Durante a rebelião, o defensor Público Renato Cortelo e o Promotor de Justiça da Vara da Infância e da Adolescência, Francisco Maia, foram ao centro conversar com os adolescentes rebelados, e sócio educadores que estavam de plantão.

No domingo, 28, durante o horário de visita, os adolescentes se rebelaram novamente e dessa fez conseguiram fazer dois educadores de reféns.

Para conter os menores, a Polícia Militar foi acionada e conseguiu conter a rebelião e libertar os educadores.

Segundo informações, os adolescentes teriam agredido os educadores, rendendo os com uma “arma” improvisada, criada pelos menores a partir de dois cadeados amarrados a uma camiseta, também foi apreendido em poder dos adolescentes um estoque.

O Promotor de Justiça, Francisco Maia e o defensor público Renato Cortelo estiveram novamente no local para apurar o que estaria motivando as constantes rebeliões dos menores.

Segundo informações, os menores teriam alegado estarem sendo agredidos fisicamente pelos educadores.

Versão essa negada pelos educadores de plantão que afirmaram que o Centro hoje abriga mais de 80 menores infratores e o número de educadores é insuficiente e fora da realidade.

Segundo o educador que não quis ter o nome divulgado, a Lei que rege o sistema sócio educativo no Brasil, recomenda que para as internações de menores infratores sem grau de periculosidade o número de educadores seja de um para cada cinco adolescentes, mas que para isso é necessário uma análise do perfil do adolescente infrator, caso seja considerado de alta periculosidade, o número recomendado é de dois educadores para cada adolescente internado.

“Hoje a realidade do Centro educativo Aquiry, é totalmente fora do regulamento, pois são 86 internos para plantões de oito educadores, durante o período diurno, e somente cinco para o período noturno, isso significa que hoje cada educador do Centro Aquiry é responsável por cerca de 10 adolescentes durante o dia e por 17 menores durante a noite, sem nenhuma análise do perfil do menor infrator. Isso é um absurdo” desabafou o educador.

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