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Trânsito mais gentil?

Hoje abordaremos um assunto que está sendo muito comentado nos grandes centros urbanos, ou seja, educação no trânsito.

Quando mexemos com o comportamento das pessoas de um determinado local, cidade, comunidade e etc., provocamos mudanças de hábitos. E, quando se fala em mudança de hábito, seja ela qual for, é tarefa para os persistentes. É um processo difícil, lento e gradual que requer muito estudo, paciência e dedicação da(s) parte(s) envolvida(s).

Ultimamente tenho ouvido falar sobre “um trânsito mais gentil”. Particularmente, o nome não me agrada. É claro que gentileza não faz mal a ninguém. Mas no trânsito, está faltando mesmo é respeito ao próximo segundo as Leis de Trânsito.

Em primeiro lugar, precisamos fazer chegar ao conhecimento da população o básico da legislação (muito embora saibamos que a ninguém é permitido alegar desconhecimento da lei). Digo isso porque na cidade de São Paulo, foram implantadas várias mini rotatórias em cruzamentos que não caberiam a instalação de um semáforo e melhoraria a fluidez do trânsito consideravelmente. Pois bem. O motorista paulistano, de uma forma geral, desconhece a norma que rege a rotatória. Está previsto no Art. 29, inciso III, alínea “b” do CTB (Código de Transito Brasileiro) “no caso de rotatória, aquele que estiver circulando por ela”; (tem a preferência).

Enfim, foram implantadas as tais mini-rotatórias sem nenhuma campanha ou alerta para que isso chegasse ao conhecimento dos condutores. Imaginem a confusão que isso causou nesses locais. Em razão disso, depois de instalado o caos, veiculou-se uma campanha muito tímida na TV aberta nos horários de menor audiência. Pois bem. Sendo assim, como tem sido ultimamente a sistemática da utópica educação no trânsito em nosso país? Através do precário “jeitinho brasileiro”, isto é, aquele que conhece a legislação de que nos casos de rotatórias tem preferência aquele que estiver circulando nela, fala para o que não conhece, e, assim por diante no famoso “de boca em boca”.

Mudança de hábito ou de comportamento no Trânsito é um processo bastante demorado. Segundo estudos já realizados, a partir do momento em que se inicia o processo de educação no Trânsito, o tempo para se obter resultados satisfatórios são de aproximadamente 4 anos. Essa é a parte que cabe ao Poder Público.

Com relação a nós condutores, despeço-me aqui pedindo que todos também contribuam e façam sua parte respeitando o seu colega condutor. Trânsito também faz parte da tal “consciência social” que escutamos nos discursos verborrágicos por aí.

 

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