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CASO BETHÂNIA: Justiça manda prender ‘Zé Doido’ novamente

O juiz Luís Gustavo Pinto expediu novo mandado de prisão ontem, 31, contra José do Nascimento Lima, o ‘Zé Doido’. No inquérito policial constam acusações de formação de quadrilha e participação em outros crimes, que teriam sido cometidos a mando da empresária Ana Bethânia Marques Lima. No dia 25 de agosto, a Câmara Criminal do Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus por unanimidade, com parecer do MPE, à empresária e aos demais acusados no caso. As prisões preventivas foram consideradas ilegais.

As provas apresentadas no processo foram contestadas pela defesa, com acolhimento da Câmara Criminal. A câmara entendeu que não havia provas válidas que sustentassem as acusações.

A prisão de Bethânia teria sido motivada pelo depoimento do tratador de cavalos Zé Doido. Ele nega ter feito as declarações e denunciou ‘torturas’ na delegacia, durante seu depoimento. O advogado da empresária e agora também de Zé Doido, Ruy Duarte, disse que requereu ouvir Jeilson Moura, o ‘Gago’, mas teve o pedido indeferido pelo juiz.

“E agora ele ouviu o Gago e ainda expediu mandado de prisão contra o Zé Doido, usando os mesmos motivos do primeiro mandado, mesmo o Tribunal afirmando que as provas não eram contundentes”, contou. Ruy Duarte disse que irá representar contra o juiz na Corregedoria de Justiça e comunicar o caso ao Conselho Nacional de Justiça.

O advogado enviou representação ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Aleac, deputado Walter Prado, pedindo apuração sobre a prática de tortura que Zé Doido teria sofrido no dia em que prestou depoimentos sobre o caso no 1º Distrito Policial. Ele afirma que foi agredido fisicamente pelo delegado Pedro Henrique Teixeira.

Empresária diz que foi vítima de perseguição
“Não tenho vergonha. Não tenho medo. Sou inocente”, afirmou a empresária Ana Bethânia, 20 dias depois de ter sido presa. Segundo conta, ele foi torturado psicologicamente por um crime que não cometeu. Ana foi acusada de supostamente contratar um homem para sabotar um trator e um trailer que davam suporte na prova de tambor da Expoacre 2011. Eles também ateariam fogo em um dos ranchos onde são abrigados os animais.

Por este motivo, Bethânia ficou detida durante 10 dias no presídio Francisco d’Oliveira Conde. Ela atribui o processo e a prisão à perseguição em-preendida por membros da Associação de Esportes Eqüestres do Acre, entre elas a juíza Zenair Bueno, com quem teria tido uma discussão durante um evento promovido pela associação. “Isso parece mais uma briga de torcida. É uma perseguição contra mim, inveja”, afirma.

Nos dias na penitenciária, Bethânia conta que não dormiu, não comeu, foi humilhada pelas agentes, mas foi respeitada pelas presas. “Não tem coisa pior do que você ir pra cadeia sabendo que é inocente”. Ela diz que depois que for inocentada irá mover processo contra os envolvidos na acusação. “Estou no Acre há 30 anos. Trabalho muito, carrego carga naquele aeroporto debaixo de sol ou chuva. Não sou madame”.

 

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