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MP descobre rede de tráfico que usa a internet para aliciar menores

A promotoria de Defesa dos Direitos da Criança ficou em alerta para o aliciamento de crianças  e adolescentes através da internet, desde que se deparou com o problema em Rio Branco. Tudo começou com a denúncia de desaparecimento de uma menina de 14 anos. O MPE passou a auxiliar a família nas buscas e conseguiu rastrear uma rede de tráfico internacio-nal de pessoas que utilizam principalmente as redes so-ciais para se aproximar dos menores. No caso dessa menina, o meio utilizado foi o Orkut.

A garota foi levada para La Paz (Bolívia), através de  Guajará-Mirim e foi usada como escrava sexual durante meses. Doente e ferida conseguiu fugir e buscar refúgio na embaixada brasileira na Bolívia. O Itamaraty fretou um avião para trazê-la de volta ao Acre. “Foi um dos casos mais tristes que já acompanhei. A menina desembarcou do avião numa maca. Ela estava tão fraca e ferida que não conseguia andar. O alerta que estamos fazendo é para evitar que outros casos como este ou piores aconteçam. Quantas crianças não conseguem voltar? O combate a essa prática tem que ser intenso e contínuo”, confirmou o promotor Almir Branco.

Foram problemas dessa gravidade que levaram o MPE e a  deputada Perpétua Almeida a somarem esforços. Depois de reuniões que começaram no início do ano, eles colocaram em prática na manhã de ontem (23), a idéia de retomar as palestras nas escolas com a distribuição das cartilhas de combate à pedofilia, editadas pelo gabinete da parlamentar acreana.

A escola Serafim Salgado no bairro da Sobral foi escolhida para ser a primeira da série que se estenderá por todos os municípios do Estado, numa tentativa de alertar as crianças para comportamentos suspeitos e armadilhas na internet. Todos os alunos de 5ª e 6ª série participaram da palestra.

“Eu faço esse trabalho de combate à pedofilia e distribuição das cartilhas Violência Sexual contra Meninos e Meninas há 9 anos  e pretendo conti-nuar o trabalho enquanto houver criança em risco. Durante a gravação da minissérie Amazônia, a atriz Brendha Haddad me acompanhou em vários municípios. Brendha me ajudou porque a personagem dela havia sido estuprada e ela percebeu que poderia auxiliar no sentido de evitar que na vida real  as pessoas passassem por esse trauma. Agora tenho no MPE e principalmente no promotor de Justiça Almir Branco outro grande parceiro. Nossa intenção é trabalhar a prevenção. Antes do problema, antes dos traumas”, destacou a  deputada. (Assessoria)

 

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