“O constante atraso na entrega de correspondências acontece por falta de carteiros”. É com esta frase que a presidente do Sindicato dos Servidores do Cor-reios, Susy Cristine da Costa, denuncia a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e anuncia uma greve na próxima semana. Segundo ela, a empresa precisaria de aproximadamente 100 funcionários para normalizar os serviços. Em recente concurso, a ECT ofereceu apenas 20 vagas para todo Estado. Setembro é o mês de data-base da categoria.
Moradora do Conjunto Adalberto Sena, a servidora pública Marluce da Silva Milomine diz que as suas correspondências estão atrasadas mais de 20 dias. “Exijo uma explicação plausível para esta ‘palhaçada’ que estão fazendo comigo”, desabafa. “Eu não agüento mais pagar juros por causa da incompetência dos Cor-reios”, complementa ela.
Outro morador indignado, o autônomo José Pereira da Silva, que mora no Conjunto Bela Vista, afirma que não há justificativa para os erros de endereços dos moradores de conjuntos e bairros tradicionais. “Quero uma recodificação ou a volta do CEP único”, propõe, dizendo que já acionou a empresa na Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) e no Ministério Público Estadual (MPE).
Susy Cristine disse, ainda, que os carteiros estão sendo ‘explorados’. “A falta de efetivo, tanto interno como externo, leva à má qualidade no serviço. Isso é ruim para a imagem da empresa”, ressalta ela. Em campanha salarial, a sindicalista começou discussões sobre a Medida Provisória (MP) 532. A sindicalista denuncia que a MP quer mudar o estatuto da empresa, transformando-a em Sociedade Anônima (S/A). “Além de querer retirar a função social da ECT, ela também quer suprimir direitos historicamente garantidos”, finalizou.
