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Tecnologia e mucuna-preta são alternativas contra queimadas no Acre

Começa a crescer entre os mais de 30 mil pequenos produtores rurais do Acre o uso da mucuna-preta, uma trepadeira usada na limpeza e recuperação de solos degradados. A planta é uma leguminosa e ajuda a adubar o solo. É uma alternativa ao uso do fogo, que também permite o controle de outras plantas invasoras da lavoura.

“Ainda está sendo usada em pequena escala. O desafio é popularizar o uso dessa técnica”, diz o cientista e professora da Ufac, Irving Foster Brown, que está envolvido no trabalho de buscar alternativas ao fogo na região, entre elas a mecanização de algumas lavouras.

Ele afirma também que os agricultores no Acre também precisam de técnicas para aumentar sua produtividade.

“Com isso, vão conseguir melhorar sua renda. Neste capítulo, o papel do governo é fundamental para que se invista em pesquisa aplicada”, diz Brown.

O Acre também está buscando ajuda na tecnologia, principalmente na fiscalização. Com a ajuda do Instituto Nacional de Pesquisa Especial (Inpe), está sendo desenvolvido um sistema que permite identificar as fontes de fumaça no estado. O objetivo é verificar se a fumaça vem de queimadas no próprio Acre, nos estados vizinhos, como Rondônia e Amazonas, ou até mesmo no Peru e Bolívia, países que fazem divisa.

Com esse sistema, o Ministério Público poderá responsabilizar os causadores do fogo.

“Estamos fazendo a nossa parte, mas não vai adiantar nada se os vizinhos não adotarem as mesmas práticas”, diz a procuradora Patrícia Rêgo.

A situação das queimadas no Acre melhorou, mas ainda preocupa por fatores climáticos. O secretário de Meio Ambiente do estado, Carlos Edegard de Deus, lembra que as mudanças no clima do planeta vêm prolongando a estiagem na Amazônia. Além disso, a umidade relativa do ar, que costuma ficar em 80% na região, atingiu níveis entre 20% e 30% este ano. A falta de umidade atinge lençóis freáticos e nascentes.

Este ano, o nível do Rio Acre chegou a a 1,52 metro, o mais baixo em 40 anos.

“Cerca de 87% do território do Acre é floresta. Temos desenvolvido políticas de manejo sustentável, estamos criando unidades de conservação, restaurando áreas degradadas e certificando unidades produtivas. No ano passado, tivemos uma curva atípica de crescimento do desmatamento e das queimadas por causa das coindições climáticas. Este ano, de janeiro a setembro, em relação ao mesmo período de 2010, a queda nas queimadas já chega a 60%”, diz Edegard de Deus. (O Globo)

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