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Mulher procura Delegacia para denunciar marido e diz não ter sido atendida pelo delegado plantonista

A dona de casa Marta Pereira e duas filhas de 12 e 16 anos esperaram 10 horas para serem atendidas e saem da Delegacia sem ajuda da Polícia.

A denúncia contra Ivan dos Santos, 42 anos, partiu das duas filhas adolescentes de 12 e 16 anos, que acompanhadas da mãe, a dona de casa Marta pereira de Souza, 32 anos, compareceram à Delegacia da Mulher, neste fim de semana para registrar denúncia de abuso sexual contra as filhas do acusado e ameaça de morte contra a mãe das garotas.

Segundo informações da dona de casa, ela não sabia que as filhas estavam sendo estupradas pelo pai até a tarde de sábado, 10, depois que o marido a agrediu e as filhas resolveram confessar os abusos e pedir ajuda a mãe.

De acordo com relatos das adolescentes, os abusos aconteciam já há algum tempo, mas elas não teriam contado a mãe antes, porque o pai sempre ameaçou matá-la, caso elas revelassem os abusos.

Segundo depoimento da adolescente de 16 anos, os abusos acontecem desde quando ela tinha sete anos de idade.

“Sempre que ele chegava bêbado em casa ele me atacava e eu corria para não ser estuprada. Ele pegava nas minhas partes íntimas, mas nunca conseguiu me estuprar” afirmou a vítima de 16 anos, filha do acusado.

Já a adolescente de 12 anos, contou ao delegado plantonista que o pai começou tocando suas partes íntimas, até que um dia conseguiu estuprá-la.

“Já está com mais de dois anos que sou estuprada pelo meu pai. Todas as vezes que ele chega em casa embriagado ou drogado, ele me estupra e ameaçava matar minha mãe, caso eu contasse alguma coisa” confessou a adolescente de 12 anos.

Segundo a mãe das vítimas, o marido quando não esta sob efeito de bebida ou droga, ele é um ótimo pai, mas quando se droga, ele se transforma.

“Vivo com ele há mais de 19 anos, temos quatro filhos, duas meninas e dois meninos e não sabia que minhas filhas estavam sendo abusadas pelo próprio pai. Ele sempre foi violento comigo, mas nunca imaginei que seria capaz de cometer um crime tão bárbaro contra as próprias filhas. Sofri muito mais por saber que elas estavam sendo estupradas e não contavam nada querendo me proteger” disse a mulher emocionada.

Delegado não atende vítimas e manda mãe voltar para casa e procurar o NUCRIA
Além do sofrimento de ser espancada pelo marido e descobrir que as filhas eram vítimas de abusos sexuais praticados pelo próprio pai, o desespero da dona de casa foi maior quando, segundo ela, o delegado plantonista Saulo Ribeiro, não quis atendê-las e mandou que voltassem para casa e na segunda-feira, 12, procurassem o Núcleo de Atendimento a Criança e o Adolescente – NUCRIA.

“Cheguei nesta Delegacia para pedir socorro às 11h da manhã e somente às 21h consegui falar com o delegado que não quis me atender e mandou eu ir para casa junto com minhas filhas e retornar somente na segunda-feira, 12, e procurar o delegado do NUCRIA.

“Infelizmente é essa a realidade da gente. Só me resta procurar apoio na minha família. Nunca pensei que passaria dez horas esperando para ser atendida em uma Delegacia de Proteção à Mulher, para finalmente receber somente um recado que não serei atendida” disse revoltada.

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