Gerador de opiniões conflitantes, o Código Florestal não sai mais da pauta dos grandes debates sobre o meio ambiente. Na última sexta (9), a alteração do código foi o centro das discussões no encontro do Comitê Rio em Defesa das Florestas, realizado no Espaço Tom Jobim, RJ. Na ocasião, o ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, não deixou de expressar sua opinião a respeito do tema. Minc foi incisivamente contra as propostas defendidas pelo senador Luiz Henrique (PMDB/SC) e apostou no relatório de Jorge Viana.
O ex-ministro do MMA (cargo exercido no final do Governo Lula) mirou como alvo de suas críticas o relatório apresentado pelo senador Luiz Henrique na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado sobre o Código Florestal. Minc definiu tal relatório como uma ‘mensagem errada’ que estava sendo passada aos senadores a respeito das mudanças no código.
“O recado que queremos passar é claro. Dizemos não à anistia para os desmatadores. Não à redução das Áreas de Preservação Permanente. E não para a transferência aos estados e municípios do poder de decisão sobre o que pode e o que não pode desmatar. Queremos um Código Florestal bom e que valha para todo o país”, disse o ambientalista.
Para se opor às proposições de Luiz Henrique no Senado, Carlos Minc aposta ‘todas as fichas’ no relatório de Jorge Via-na. Para o ex-ministro, Jorge é ‘uma pessoa comprometida com as florestas’ e, portanto, merece o amplo apoio da sociedade civil para apresentar um material mais bem elaborado na Comissão de Meio Ambiente do Senado.
“A batalha não está perdida. Teremos 2 relatórios diferentes no Senado: o do Luiz Henrique, que é um desastre ecológico de grandes dimensões, e o relatório do Jorge Viana, que está incorporando muitas coisas sugeridas pela sociedade civil. Sentimos a receptividade da parte de vários senadores. Agora a sociedade tem que se manifestar, pois essas pessoas dependem da opinião pública. Temos que apoiar o relatório do Jorge Viana”, pediu ele.
No ato do Rio em Defesa das Florestas, a opinião de Minc foi compartilhada por muitos dos gestores, políticos, artistas e representantes das 50 entidades da sociedade civil presentes. O objetivo do encontro foi incitar a população para pressionar o Senado a votar em uma proposta responsável do Código Florestal. Uma que garanta a real preservação das matas brasileiras.