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A Floresta nos sustenta

charlene-carvalho---artigoO Acre é um Estado novo e cheio de oportunidades. Vivemos em um Estado pequeno e cheio de especificidades, mas com grandes riquezas acumuladas. Algumas boas, outras nem tanto. O fato é que os que aqui chegaram sempre encontraram portas abertas para o crescimento. E os que aqui nasceram também sempre tiveram suas oportunidades.

Naturalmente que não faltaram percalços no meio do caminho. Muitos deles de péssima memória. Isso sem falar em um dos ciclos mais nefastos da história recente: a transformação dos seringais em pasto e a expulsão do seringueiro do seu habitat natural. Em pouco mais de 30 anos deixamos de ser um Estado essencialmente rural para nos tornarmos urbanos com todas as mazelas que uma urbanização mal feita pode causar, mas também muitos dos seus benefícios.

Os pioneiros que aqui chegaram no final do século 19, início do século 20  já buscavam o que o Estado tem de melhor: a riqueza de suas florestas. Da borracha e castanha dos primeiros anos ao manejo dos dias atuais, há um ponto em comum: o uso sustentável das inúmeras riquezas que a floresta nos possibilita.

O que atrapalha o pleno desenvolvimento do Acre, hoje como outrora, é a famigerada guerrinha política. Em nome da manutenção do Establishment de pequenos grupos – sempre os mesmos, embora com atores diferentes dependendo da época – o Acre andou por muitos anos a passos muito lentos. E quem ousasse se insurgir contra a hegemonia destes pequenos grupos que dominaram o Acre por muitas décadas era deportado e execrado em praça pública. Ou pior: era morto. Foi assim com Plácido de Castro, inúmeros seringueiros na primeira e segunda formação histórica do Acre, com os autonomistas, com Wilson Pinheiro e Chico Mendes, só para citar alguns.

O Acre de hoje é um Acre pujante que cresce de forma ordenada, economicamente sustentável e ambientalmente justo, graças ao trabalho que vem sendo realizado nos últimos 13 anos pelo governo da Frente Popular. E, claro, esse trabalho tem incomodado, e muito, alguns integrantes das velhas oligarquias.

Sem qualquer preocupação com o Acre e seu povo, mas com os olhos voltados apenas para a manutenção do poder pelo poder, esse mesmo grupo já fez de tudo para impedir o desenvolvimento do Acre. Não faz muito tempo diziam que a ex-senadora Marina Silva e o PT eram contra a pavimentação da BR-364 (nem vou usar os adjetivos que usavam contra nossa ex-ministra). Não funcionou. A BR-364 está aí, quase pronta para quem quiser ver. O governador Tião Viana fará um anúncio histórico em relação a isso ainda esta semana. Também  tentaram cassar o mandato do então governador e hoje senador Jorge Viana, sem contar o linchamento moral que várias lideranças, empresários e integrantes dos diversos setores da sociedade acreana vem sofrendo nesse período.

E eis que a bola da vez é exatamente o bem mais precioso do Acre: suas florestas e, por tabela, o manejo sustentável que vem sendo feito nela e que tem garantido um ciclo de crescimento como há muito não se via no Estado. O argumento é de que o manejo sustentável destrói a floresta. O mais engraçado – para não dizer trágico – disso é que os hoje defensores radicais da floresta em pé são os mesmo que desde sempre estiveram aliados ao modelo de desenvolvimento que privilegia o boi no pasto e a floresta no chão. Em boa hora, representantes da sociedade acreana se manifestam em favor do desenvolvimento do Acre e contra essa campanha ardilosa e insana contra o projeto da Frente Popular.

Há que se dizer a verdade. O Manejo Sustentável que vem sendo realizado no Acre não é perfeito. Precisa de ajustes. E os ajustes tem sido feitos pelo governo do Acre e suas instituições de maneira séria e honesta. Isso não dá à oposição, porém, o direito de atacar um projeto comprometido com a causa do Acre e do seu povo, como se hoje estivesse sendo praticada a devastação nefasta que foi feita no Estado em um período bem recente (décadas de 1970 e 1980).

O governador Tião Viana, o senador Jorge Viana e o governo da Frente Popular tem como causa prioritária o compromisso com o desenvolvimento sustentável, com o uso racional da floresta. E não é só porque a economia verde estar na ordem do dia do debate mundial. Mas, por terem a consciência e o dever social de trabalhar norteados pelo princípio que fez do Acre o que ele é hoje: um estado rico e promissor. E essa base tem como símbolo uma frase simples que aprendi com o ex-deputado, hoje Conselheiro do TCE, Ronald Polanco, um expert em manejo: a floresta nos sustenta.

* Charlene Carvalho é jornalista, cientista social e atualmente trabalha no Gabinete (Acre) do Senador Jorge Viana

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