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A Gazeta do Acre por A Gazeta do Acre
26/10/2011 - 04:02
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Na terça-feira, a manchete de um jornal regional expôs um problema estruturante da sociedade acreana. “PM registra 38 casos de violência contra mulher no fim de semana” está longe de ser um relato policial. O drama tem gênese social. Bem verdade que não se restringe aos barrancos daqui: está espalhado por todo país. A rigor, não se precisa muita imaginação para simular as 38 cenas. Chega-se a elas por exclusão, em todas as formas.

Não são mulheres que moram no condomínio Ipê; não são mulheres que freqüentam aulas de pilates; não bebem champagne; não vão à boate Posh e estão longe, muito longe das colunas so-ciais. Não se quer aqui dizer que a idéia de “inclusão” se relaciona ao fato de morar no condomínio Ipê, a fazer aula de pilates, a beber champagne ou a frequentar a boate da moda. Não se trata disso. Normalmente, essas mulheres têm dificuldades para garantir a segurança alimentar: passaram (ou passam) fome muitas vezes. São mulheres que não tiveram muitas opções. Foram aceitando as imposições do cotidiano com a amargura de sempre. Essas 38 mulheres violentadas recentemente foram mar-cadas bem antes.

Aqui no Acre, boa parte das famílias ou são pobres ou extremamente pobres. Eis a marca inicial. Há cidades como Santa Rosa do Purus, Jordão, Assis Brasil onde praticamente todas famí-lias estão nessas condições. Os programas de distribuição direta de renda, com todos os méritos que têm, não conseguiram minimizar a exclusão econômica. Após oito anos, não se tem notícia de uma lista de ao menos 1.000 famílias acreanas que tenham se emancipado e devolvido o cartão por não mais necessitar dele para garantir o sustento.

Em casa também está o exemplo primeiro e fatal: o pai que violenta a mãe; ou o pai do amigo vizinho que espanca a mãe. E a ciranda macabra começa. A crian-ça passa a não se sensibilizar mais com aquela cena. Se se trata de um menino, molda-se a figura do macho dominante; se se trata de uma menina, cria-se a idéia de que todo aquele cenário é uma sina sem escapatória. A criação desse silêncio explica o fato de as mulheres demorarem, em média, 10 anos para fazerem a primeira denúncia contra o marido agressor.

A pobreza gera uma cadeia de problemas. Um deles tem relação direta com a violência às mulheres: o comprometimento da infância. Eis a segunda marca. Em casas pequenas (geralmente de um cômodo), as crianças assistem às intimidades paternas, ajudam no orçamento familiar, comem mal, dormem mal, brincam mal.

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Há aproximadamente 16 anos, acompanhando um amigo em campanha eleitoral no bairro do Laranjal, em Xapuri, fui protagonista de uma cena triste. A mãe estava lavando louça no girau. Simulando intimidade com a família, tentei me acomodar na rede que estava a um canto da sala. Balancei. Vi se estava com o nó firme. Quando ia sentar, a surpresa. Dentro daquela rede havia uma criança. “Valha-me…”, surpreendi-me. Era uma menina. Nua.

A desnutrição era tão aguda que a rede parecia vazia. A mãe viu e compreendeu a cena. Eu a vi descer a pequena escada dos fundos da casa. Chorava. Eu prometi-me assassinato. Não sei onde está aquela menina. Deve estar moça. Já deve ser mãe. Ou deve ter feito aborto. Ou, quem sabe, deve ser feliz, se tiver vingado.

 

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