Cuidar do que temos de mais valioso – nossas crianças e jovens é ajudar na formação da cidadania. Apesar de cumprir missão tão nobre, professoras e professores precisam ser mais valorizados por todos.
Hoje é um dia especial e quero prestar minha homenagem a esses profissionais que cumprem a árdua e nobre tarefa de ajudar a construir um Acre melhor. Em todas as nossas conquistas no Acre contamos com ajuda dos trabalhadores da educação, especialmente professoras e professores.
Nosso Estado disputava os últimos lugares nos indicadores, agora começa a assumir posição de destaque na educação nacional. Quem não se lembra do caos das nossas escolas, dos péssimos salários – pagos com até cinco meses de atraso?
Felizmente, isso agora faz parte do passado. Muita coisa mudou, mas precisamos mudar mais. Salários, escolas, currículo e gestão melhoraram. E as mudanças de indicadores vieram junto. A gente trabalha no Acre para consolidar o modelo de desenvolvimento sustentável e a mão que segura esse projeto é a educação, nossa maior prioridade.
Educar é valorizar a vida. Todos nós temos lembranças marcantes de nossos professores, das muitas vezes em que tiveram de ser pai ou mãe substitutos. O Jardim de Infância Menino Jesus, o Grupo 7 de setembro, o Colégio Acrea-no fazem parte, para sempre, das minhas memórias, porque é impossível esquecer aqueles que nos ajudaram.
Hoje é dia de homenagens à profissão e missão de ensinar. A sociedade precisa resgatar o valor da profissão, do papel da professora e do professor.
No Acre, o governo, há mais de uma década, tudo faz para valorizar esses profissionais, não só com o salário, que passou do pior para um dos melhores na classificação nacional. O governo do Estado sabe que, se não tivermos professores qualificados, não teremos outros bons profissionais, como médicos, engenheiros, nem novas gerações de bons profissionais de ensino.
Isso só foi possível porque o Governo do Acre assumiu uma posição de liderança ao perceber a necessidade de transformar a escola não só do ponto de vista físico ou material, mas como espaço de difusão de saber e oportunidades. Isso fez com que o ambiente de trabalho melhorasse e as professoras e professores se sentissem mais reconhecidos. A escola passou a ser o núcleo gerador e alimentador do nosso projeto de desenvolvimento.
Tudo que fiz como prefeito e governador, tentando ajudar na educação, devo a Binho Marques. Ele cuidava e eu ajudava a fazer da educação uma prioridade. Hoje, o governo de Tião Viana dar prosseguimento a esse projeto, deixando claro seu compromisso de ter a educação como prioridade da gestão.
Gostaria de destacar um programa que deve ser lembrado no dia de hoje: o nosso revolucionário programa de formação de terceiro grau para 100% dos professores, inclusive indígenas, do Estado e dos municípios. Esse ambicioso projeto continua em execução no governo em parceria com a Universidade Federal do Acre. Já estamos com as últimas turmas sendo formadas, em breve, o Acre poderá se orgulhar de ter 100% de professores com terceiro grau completo.
Para o Brasil se consolidar como uma liderança mundial precisa avançar na educação, tendo-a como a mais absoluta prioridade. Esse é o único caminho para o desenvolvimento. E isso vale para todos: Governo Federal, governos estaduais e municipais e a sociedade.
Mudanças são necessá-rias. E urgente. Até mesmo na Constituição Federal. A responsabilidade pela educação no Brasil é fragmentada. Os municípios cuidam do nosso bem mais precioso: as nossas crianças, enquanto os Estados cuidam dos jovens e a União Federal dos adultos, aqueles que ingressam na universidade.
Ou seja, quem tem menos condições – o município – tem mais responsabilidade. Isso precisa mudar. Nosso país precisa construir um novo pacto pela educação, que pode começar com um novo piso nacional para as professoras e com um envolvimento de todos em todas as etapas da formação educacional. Não há como os mais de cinco mil municípios brasileiros – muitos dos quais em precárias condições – arcarem com a parte mais frágil e mais importante desse processo de mudança. Pra isso precisamos tomar uma decisão política com uma atitude que faça da educação o veículo para nos conduzir definitivamente para o século XXI.
É certo que o Brasil e o Acre só serão vitoriosos se a educação vencer. E a educação só vencerá se dermos melhor acolhida ao que temos de melhor: nossas professoras e professores.
* Jorge Viana é senador (PT/AC).