Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Um reino nada encantado

RutemEra uma vez um reino encantado onde alguns que ali habitavam se intitulavam “trabalhadores”. Mas se levarmos em conta o esforço daqueles que, no mesmo reino, eram obrigados a levantar às seis da manhã e enfrentavam praticamente 12 horas por dia numa verdadeira batalha para garantir o sustento de suas famílias, perceberemos que aqueles que enchiam o peito e diziam com orgulho que trabalhavam, eram na verdade, oportunistas.

Claro que no reino existiam verdadeiros trabalhadores, dedicados e comprometidos com alguma causa. O problema daqueles que não trabalhavam é que eles buscavam culpados para justificar a incompetência e a incapacidade de cumprir uma missão.

No reino, aqueles que se intitulavam “trabalhadores” buscavam um lugar de destaque onde podiam falar sobre aquilo que não concordavam com muita “autoridade”. Eles não aceitavam ser contestados. Certa vez um deles chegou a comentar seu cansaço de ficar ali sentado em um confortável assento, num ambiente bem agradável.

Lá também existiam aqueles que não tinham coragem de assumir seus atos. Que bastava uma pequena pressão e, rapidamente, mudavam de opinião e até buscavam outros meios para tentar negar uma ação.

Aí você pode perguntar: mas o que faziam nesse reino? Calma amigo leitor! Olhando bem para a história perceberemos que, se de um lado alguns faziam de tudo para usar aquilo que o reino oferecia para satisfazer seus próprios interesses, vale também relatar o esforço e a dedicação de quem sempre buscou valorizar e se dedicar muito ao reino.

Esses últimos nos fazem acreditar que naquele reino não existiam apenas os oportunistas, aproveitadores, medrosos e aqueles que não tinham coragem de assumir seus atos.

Então, como em toda história, vamos encerrar lembrando que o reino não é eterno. Que aquela condição também passará e que aqueles que não souberam se dedicar e cumprir bem sua missão no reino serão submetidos a um julgamento e, certamente, mesmo que tentem se utilizar de outros artifícios, sofrerão uma condenação por seus erros.

A lição que fica daquele reino é que não vale à pena passar uma imagem de bom mocinho, trabalhador, dedicado, quando suas atitudes revelam que a figura é totalmente diferente daquilo que parecia ou queria ser no reino. No final, as máscaras sempre caem!

*Rutemberg Crispim é jornalista e-mail:rutemcrispim@hotmail.com

Sair da versão mobile