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AgroEx: Acre entra na agenda das exportações agrícolas

O Estado do Acre começa a entrar no roteiro do planejamento estratégico do Governo Federal quando o assunto é exportação. A informação integrou praticamente todas apresentações do 42º AgroEx, o seminário do agronegócio para exportação, realizado ontem, na sede do Ministério da Agricultura no Acre. O encontro reuniu o secretário de Estado de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, e representantes do Ministério do Desenvolvimento Agrário e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Atualmente, o Acre está em último lugar no ranking de exportações agrícolas, segundo dados acumulados de janeiro a setembro de 2011, com volume exportado de US$ 14 milhões. É uma contribuição inexpressiva no cenário nacional. Mas, a expectativa de mudança nesse panorama é que chama atenção de instituições públicas e privadas.
Agroex
A interligação com o Pacífico, via Estrada Transoceânica, a construção da infra-estrutura de integração econômica interna (pavimentação da BR-364) e o fun-cionamento republicano das instituições são apontados como fatores que favorecem o bom ambiente para a exportação. “Esse encontro serve para despertar nos empresários, estudantes e gestores públicos a idéia de que o Acre tem condições de ampliar sua participação no mercado do agronegócio voltado para exportação”, afirmou o superintendente do Ministério da Agricultura no Acre, Jorge Hessel.

Três fatores são fundamentais para consolidar espaço no mercado internacional: produção em escala, produto com boa qualidade e regularidade. “Sem isso, não se conquista mercado algum”, ensina o diretor do Departamento de Promoção Internacional do Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Marcelo Junqueira Ferraz. “Criar uma cultura exportadora é algo difícil de se efetivar, mas é uma saí-da eficiente para, internamente, gerar riquezas no país”.

Produtos florestais lideram exportações
O extrativismo é o único setor com presença na pauta de exportações acreanas. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-rior, a madeira lidera, sendo responsável por 61,4% do volume exportado. Em segundo lugar, está a castanha do Brasil com 32,2%. São produtos que, no mercado internacional, possuem baixo valor agregado. A rigor, as commodities estão em desvantagens quando comparadas a outros produtos com alta tecnologia.

O desafio a que o Governo do Acre se impôs nos últimos 12 anos foi justamente tentar agregar valor aos produtos florestais. Com pauta de exportações limitada a produtos extrativistas, essa era a saída elementar. “Estamos vivendo um momento importante”, destacou o secretário de Desenvolvimento, Indústria, Comércio, Serviços, Ciência e Tecnologia, Edvaldo Magalhães, em declaração dada a sua assessoria de imprensa. “Temos muitas oportunidades de negócios com o Peru e outros países”.

No encontro, Magalhães destacou ainda a construção de novas relações econômicas com o Peru e o possível alfandegamento da Zona de Processamento de Exportação como fatores que dinamizam o comércio nessa região do país.

Cooperativas mantêm participação nas exportações
Mesmo após o ambiente de crise no mercado internacional, as cooperativas brasileiras ligadas ao agronegócio se mantêm com equilíbrio na agenda de exportações. Em 2008 (ano da crise norte-americana), dos US$ 71,8 bilhões de exportações do agronegócio, 5,6% foram comercializadas por cooperativas (4%). Em 2009, por consequência da crise financeira, a participação teve uma queda de 0,4%. Em 2010, dos US$ 74,4 bilhões exportados pela agricultura brasileira US$ 4,4 bilhões eram do agronegócio (5,8%). As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“Nós precisamos mudar a concepção sobre cooperativismo no Brasil”, constatou o coordenador geral de Acompanhamento do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural, Eduardo Mello Mazzoleni. “Existe uma forma de pensar que condena o individualismo nas relações entre cooperados e isso é ruim porque a cooperativa existe para gerar riquezas, desconcentrar renda e conquistar mercados”. Mazzoleni afirma que em países como Alemanha, Japão, França a lógica que prevalece entre os cooperados é a lógica de mercado. “Todos querem maior rentabilidade e não há nada de errado nisso”.

 

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