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Brasil põe em risco obras futuras na Bolívia, diz ex-presidente

 

A crise provocada pela oposição de indígenas amazônicos a uma estrada financiada pelo Brasil na Bolívia põe em risco projetos bilaterais estratégicos e sensíveis do ponto de vista ambiental, como o que prevê a construção da hidrelétrica binacional Cachoeira Esperança, no Rio Madeira.

A opinião é do escritor, jornalista e ex-presidente boliviano, Carlos Mesa, 58, quem afirma que o governo brasileiro foi imprudente ao fechar um acordo de financiamento de US$ 332 milhões do BNDES para a rodovia sem a prévia consulta das comunidades do parque Tipnis.

Depois de mais dois meses de protestos, o governo cedeu na sexta-feira passada (21) e fez aprovar nesta segunda na Assembleia lei que proíbe que estradas passem por parques naturais. A disputa, porém, é apenas o primeiro round, diz Mesa. “Há uma lista de pontos a negociar.”

Ele defende que o Brasil trate o tema com “sensibilidade” porque diz que o sentimento antibrasileiro pode crescer significativamente no país “no curto prazo” e gerar uma corrente contrária justamente quando o Brasil pretende tocar obras sensíveis ambientalmente, como hidrelétricas.

“Há dois meses se produziu pela primeira vez na história da Bolívia uma manifestação anti-imperialista que não se dirigia à porta da embaixada americana, mas da brasileira, por causa do Tipnis.”

Duro crítico do atual presidente, Evo Morales, Mesa, que renunciou à Presidência em 2005 em meio a protestos, diz que não planeja, por enquanto, voltar à política. (Jornal Floripa)

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