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Hortaliças do Peru chegam a Rio Branco pela Transoceânica

Supermercado Araújo importou 25 toneladas de cebola da região peruana de Magis. A carga chegou na última segunda-feira no pátio do armazém da empresa localizado no Segundo Distrito de Rio Branco. Nos 1.400 Km percorridos do estado de Arequipa até Rio Branco, uma série de problemas foi registrada pela empresa e por órgãos públicos responsáveis pela importação de alimentos.

O produto ficou 6 dias esperando pela liberação de documentos nos postos aduaneiros e de fiscalização localizados em Assis Brasil e Epitaciolândia. Esse tempo dificultou a comercialização e pode inviabilizar negócios. Governo e empresas asseguram que vão insistir para diminuir os custos no transporte.

“Fizemos uma experiência”, diferenciou o gerente de Marketing do Supermercado Araújo, Rodrigo Pires. Para quem trabalha com importação, a instabilidade do dólar traz um ambiente de negociação de extrema insegurança. No comércio de hortifrutigranjeiros, o preço de comercialização é definido no dia.

Na prática, com as centrais de cooperativas o preço pode ser definido em um patamar, mas quando se efetiva a comercialização, dependendo da variação do dólar, o preço pode ser outro, bem menos competitivo. “É um risco que só tem uma finalidade: diminuir preço de venda”. Ainda não há números precisos sobre a redução no preço de venda. Mas, a diminuição de 15% no preço do frete, com a chegada do produto peruano, já pode ser um indicativo importante para o consumidor do Acre.

A gerência do Araújo não descarta a importação de outros produtos, mas não quis adiantar quais poderiam ser.

Ministério da Agricultura acompanha importação
Todo o processo de importação de alimentos foi acompanhado pelo Ministério da Agricultura. Há mais de um ano, a classe empresarial do Acre pressionou o Governo Federal para que viabilizasse a comercialização de hortifrutugranjeiros com o Peru.

Em outubro do ano passado, o Ministério da Agricultura baixou uma Instrução Normativa que tratava da importação de hortaliças do Peru para o Brasil via Acre. Fiscais do Brasil foram visitar as regiões produtoras peruanas. Um estudo foi elaborado para sustentar tecnicamente a normativa com informações fitossanitárias.

Para evitar o trânsito de pragas agrícolas, o monitoramento, vistoria e fiscalização são realizados por técnicos do ministério. “Nós temos que ter a segurança de que estamos trazendo apenas o produto e não importando problemas”, disse o superintendente do Ministério da Agricultura no Acre, Jorge Luiz Hessel.

Esse é um processo normal de importação entre países que são signatários dos mesmos acordos e tratados comerciais. É o caso do Brasil e Peru.

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