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Juíza vai ser denunciada ao CNJ por agressão a gerente bancária

A presidente do Sindicato dos Bancários, Elmira Farias, disse ontem que a entidade vai denunciar a juíza Maha Manasfi e Manasfi ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).  A magistrada está sendo acusada de abuso de autoridade, depois de uma ‘confusão’ dentro da agência bancária da Caixa Econômica Federal. Segundo a sindicalista, a juíza e uma de suas filhas teriam praticado agressões morais e físicas contra a gerente Adeilza Cássia Nascimento e uma estagiária, menor de idade.
Juiza
A mãe da menor teria registrado Boletim de Ocorrência (BO) e pedido um exame de corpo de delito no Instituto de Criminalística. Por se tratar de uma instituição da esfera da União, o caso foi parar na Polícia Federal, que deve requisitar as imagens do circuito interno. Segundo a assessoria de impressa do Tribunal de Justiça, Maha Manasfi e Manasfi, ao solicitar um serviço do banco, negou que tenha se utilizado da prerrogativa de magistrada, assim como de ter praticado as agressões.  

“A juíza derrubou a gerente no chão e a filha dela (Maha) torceu violentamente o braço da estagiá-ria, exigindo que fossem atendidas. Além de ficar com problemas em um dos dedos, Adeilza está com medo e abalada emocionalmente”, afirmou Elmira Farias, dizendo que o direito de greve havia sido desrespeitado. “Impor na base da força é abuso de autoridade”, acrescentou a sindicalista.
A juíza e a filha procuraram o atendimento da Caixa Econômica para resolver problemas ligados ao Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Por ser o último dia para realizar as inscrições, ambas reivindicaram o atendimento justificando que a instituição deveria disponibilizar o serviço, pois, segundo a legislação trabalhista, cerca de 30% dos serviços essenciais deveriam funcionar. Ontem, a reportagem de A GAZETA esteve na mesma agência e comprovou que idosos sequer conse-guiam receber o cartão de saque em terminais eletrônicos. 

 O outro lado
A reportagem do jornal tentou insistentemente falar com a juíza, mas ela, por estar de férias e ‘constrangida’ com a situação, preferiu não fazer nenhuma declaração. O presidente da Associação dos Magistrados do Acre (Asmac), Marcelo Coelho Carvalho, disse que a instituição iria emitir uma nota se posicionando sobre os fatos ocorridos. Ele afirmou que Maha Manasfi e Manasfi não usou da prerrogativa de juíza, portando-se apenas como ‘cidadã’.

Quanto à exigência de ser atendida devido à obrigatoriedade dos 30%, Carvalho diz que a colega pode questionar os critérios de utilização da lei trabalhista. “Ela ficou ‘cha-teada’ com a negativa e pediu uma declaração da gerência, pois era o último dia para realizar a inscrição no Fies”, explicou ele. Marcelo Carvalho negou que a Dr. Maha tenha acionado a polícia para exigir atendimento na agência. Confira abaixo a nota da Asmac: 

NOTA DE ESCLARECIMENTO

A Associação dos Magistrados do Acre – ASMAC, entidade reconhecida por Lei como de utilidade pública, a respeito das referências feitas na imprensa envolvendo a Juíza de Direito Maha Manasfi, vem a público manifestar o seguinte:


1º – Em nenhum momento a Magistrada se identificou ou se prevaleceu do cargo que ocupa para exigir atendimento bancário, o qual necessitava com urgência;
2º – Quando de sua ida ao estabelecimento bancário, a Juíza estava acompanhada de sua filha e de suas netas, gêmeas de um mês de nascimento, cujas recém-nascidas estavam nos braços da Juíza e de sua filha, o que dificultaria qualquer medida violenta contra alguém; 
3º – É indiscutível o direito de greve, e também o funcionamento mínimo de 30% da força de trabalho determinado, sob pena de multa;
4º – A Magistrada e a Gerente da Instituição Financeira estiveram reunidas na tarde desta segunda-feira (10), e já deram a situação por resolvida.

Rio Branco, Acre, 11 de outubro de 2011.

Marcelo Carvalho
Presidente

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