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Paralisação dos médicos tem baixa adesão no Acre

A meta nacional do movimento da categoria médica, de paralisar, por 24h, cerca de 70% dos profissionais que realizam atendimentos ambulatoriais, não teve a adesão esperada no Acre. Pelo menos essa é a realidade verificada nas principais unidades de saúde de Rio Branco, que registraram apenas faltas pontuais de clínicos-gerais. O incidente, no entanto, foi amenizado pela remarcação de consultas e/ou remanejamento dos profissionais em serviço.
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Com exceção da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, onde se concentrou um numero grande de pessoas, as demais estavam com uma movimentação considerada normal. “Como a gente já sabia da paralisação, fizemos remanejamentos de profissionais e remarcamos as consultas agendadas”, explicou a gerente de assistência à saúde da UPA Tucumã, Márcia Aurélia Pinto.

Temendo ter contratempos na hora do atendimento, a dona-de-casa Maria Costa da Cruz, de 70 anos, chegou cedo ao Hospital das Clínicas, mas não teve surpresas. “Marquei uma cirurgia nos olhos e aconteceu. Não tive problema nenhum, nem vi ninguém reclamando de falta de médicos”. Essa realidade foi repetida nas Unidades de Referência e de Atenção Primária (Urap) e nos grandes hospitais da Capital e do interior.

Logo pela manhã, representantes do Sindicato dos Médicos (Sindmed), da Associação Médica e do Conselho Regio-nal de Medicina (CRM) concederam entrevista coletiva para explicar os motivos da paralisação, que aconteceu, simultaneamente, em 21 estados da Federação. “Somos obrigados a enfrentar más condições de trabalho e, por conta de questões financeiras, enfrentamos três ou quatro plantões seguidos e a sacrificar finais de semana ou mesmo refeições em família. Isso não deveria existir”, afirmou o presidente do Sindmed, José Ribamar da Costa.

Ele disse, ainda, que a intenção do movimento é chamar a atenção da sociedade e dos ‘tomadores de decisões’. “Somos a 7ª economia mundial e, paradoxalmente, amargamos o 72º lugar no mundo em investimento em saúde. Isso é um absurdo”, protestou o médico. Entidades representantes de todo o pais preparam uma ‘grande mobilização’ em Brasília. A aprovação da emenda 29, em sua íntegra, à Constituição, texto que destina 10% da receita bruta do país ao SUS, de acordo com os sindicalistas, a medida garantiria uma soma de 33 bilhões de reais aos cofres do sistema, que hoje já dispõe de 70 bilhões de reais. 

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